Como marionetes

Publicado em 27/09/13

Por Letícia Evaristo, 3B1.

“Como controlar uma multidão? Como manipular tantas pessoas ao mesmo tempo, e fazê-las apoiarem a realização de certos interesses? Essa pergunta já permeou a mente de muitos, desde chefes de empresas e líderes de grupos de trabalhos escolares até governantes políticos. É pela análise desses últimos, líderes políticos, e de suas respostas à questão que se pode destacar três meios de controle de sociedades utilizados ao longo da História, principalmente em regimes totalitários: o medo, a mídia e a educação.

Já dizia Hobbes, em sua teoria contratualista sobre a política, que a sociedade abre mão de sua liberdade em troca da proteção que o Estado oferece. Quando uma ameaça se instaura, o povo aplaude o Estado no combate a ela. Diante disso, para ganhar amplo apoio, um governante pode criar ou potencializar uma ameaça social. É o caso do comunismo, uma ameaça potencializada por Vargas e pelo governo norte americano, no século XX, com a intenção de aumentar o respaldo popular aos respectivos governos. No primeiro caso, Vargas intensificou o medo da população criando secretamente o Plano Cohen, que alegava, falsamente, um plano de ataque comunista, e que deu ao governante justificativa para estabelecer um Estado autoritário. No caso norte americano, McCarthy potencializou o medo dos comunistas para que, por meio da sua política de combate ao “perigo vermelho”, ganhasse o respaldo da população.

A mídia, assim como a intensificação do medo, é um recurso muito utilizado pelos líderes totalitários para manipular a sociedade. Ao construir e divulgar uma imagem positiva do governo e de suas políticas, a mídia influencia a visão que a sociedade tem do Estado e garante seu sustento. Tanto a ditadura militar no Brasil quanto o facismo na Itália valeram-se dessa ferramenta. Por meio da censura à imprensa e controle dos jornais, rádio e TV, os militares mostravam a eficiência do seu governo. Mussolini, por sua vez, era cultuado pelos italianos, que o chamavam de “Dulce” e se submetiam às suas decisões.

Por meio do medo e da mídia, vê-se que é possível controlar as massas e garantir apoio. Mas como prolongar esse resultado? A educação oferece o “controle do futuro”, das gerações mais novas. Ditando o conteúdo que as escolas e universidades ensinarão, governantes conseguem o respaldo dos jovens não só divulgando uma imagem positiva do Estado, mas também construindo a mentalidade dos futuros adultos. É o caso da nazificação da educação, que incumbiu às escolas de difundirem valores racistas, e da educação maoísta que, após a Revolução Socialista da China de 1949, formou jovens adoradores de Mao Tsé-tung e defensores de seus interesses.

O medo, a mídia e a educação são, portanto, meios de controle da sociedade que foram usados ao longo da História por diferentes líderes políticos totalitários, como Vargas, Mussolini e Hitler, por exemplo. Ainda hoje, existem governantes que desejam levar a população a contribuir para o alcance de seus interesses. Considerando que os três meios permanecem ainda “disponíveis” na sociedade, deve-se estar atento ao uso que os governantes fazem deles, verificando se as informações divulgadas pela educação e pela mídia, principalmente, são verdadeiras e imparciais, a fim de que as massas não sejam cegamente manipuladas e, como marionetes, usadas para satisfazer as vontades de um líder.”

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