Quero escrever. As palavras rondam a minha mente, vagam sem ter rumo, só esperando para, finalmente, poderem navegar na grande imensidão branca do papel. Mas… Mesmo com um desejo no peito e um dicionário na cabeça, por que é tão difícil? Qual será o assunto? Qual será a mensagem? Precisa ter mensagem?
Amanhecer, Saudade, Descaminho, Reminiscência, Eloquência, Livro, Epifania, Inapetência, Florescências, Heráldico, Aconselhar, Indizível, Imbróglio, Panóplia, Integridade, Funâmbula, Entusiasmo, Heteronímia, Repleto, Xeque-mate. Professora, isso é escrever não é?
Está feito. Não, não foi nenhuma ideia mirabolante, nada que pudesse ter algum objetivo. Ao menos, aquele frio na barriga, aquela inquietude, aquela sede que tanto incomodava foi aplacada.
Sinto-me como uma criminosa. Roubei e nada. Vai ver é isso mesmo, a pureza dos atos é tida como um aborto, fazer o que… só quis escrever.
Fabiane Sayuri Yoshinaga, 3H1