A Semana de Arte Moderna ocorreu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, com a finalidade de divulgar as novas tendências em arte – pintura, escultura, poesia, literatura e música – para um público extremamente conservador. Em celebração ao centenário desse importante evento cultural, o Band, nos dias 21, 23 e 25 de fevereiro, organizou a sua própria Semana de Arte Moderna, realizando atividades relacionadas a três disciplinas que dialogam fortemente com o tema: História, Língua Portuguesa e Artes.
A relação com História existe porque a Semana de 22, como ficou conhecida, se deu durante um conturbado período da história brasileira, a República Velha. A oligarquia cafeeira impunha a Política do Café com Leite. Alguns dos artistas de 22 eram herdeiros de latifundiários de Minas Gerais e de São Paulo e, como filhos da elite, puderam estudar na Europa e retornaram com inovações artísticas. O Brasil passava por uma transformação econômica e uma industrialização, impulsionada pela lacuna causada pela interrupção das indústrias europeias vitimadas pela 1.a Guerra. Formava-se, assim, uma nova classe de trabalhadores, o operariado. Diante dessas mudanças, o tema da construção nacional era pauta diária. A criação de uma arte nacional em detrimento do academicismo europeu se tornou eminente. Incorporar, na construção da identidade do País, os diferentes aspectos da cultura local era um dos objetivos dos autores. Buscava-se uma renovação artística que representasse o Brasil, traduzindo sua diversidade social.
A Arte e a Língua Portuguesa, por outro lado, aparecem como base na Semana de 22, uma vez que era justamente o meio artístico, o qual envolve a utilização do idioma em diversas de suas linguagens, que passava por uma revolução. O evento foi inicialmente idealizado por cinco artistas: as pintoras Tarsila do Amaral e Anita Malfatti e os escritores Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Estruturada de maneira que cada dia abordasse um meio artístico diferente, a Semana de Arte Moderna apresentou novidades que chocaram a comunidade artística da época ao desconsiderar as regras e padrões de arte daquele tempo, permitindo que artistas experimentassem mais livremente em cada meio, o que resultou em diversas inovações de estilo, técnica e tema.
No 1.o dia da Semana de Arte Moderna do Band, foi abordada a literatura modernista. Irreverente, iconoclasta e contrária aos padrões tradicionais de conduta e composição, esta linguagem artística caracterizou-se pela defesa do verso livre e branco (sem rimas), pelo emprego de um vocabulário e de estruturas sintáticas mais simples (coloquiais, que representassem o falar brasileiro), pela valorização de temas cotidianos, pelo humor e pela análise crítica da realidade nacional. Os alunos Arthur Krakauer e Luna Decultot, da 3.a série, leram, então, o poema “Os Sapos”, de Manuel Bandeira, na sala dos professores.
O 2.o dia contou com a participação do coordenador de Artes, Filosofia e Sociologia, Régis, e a professora Paula, de Artes. Eles fizeram uma pequena apresentação, também na sala dos professores, sobre a Semana de 22. Paula ainda mostrou alguns dos itens de sua vasta coleção modernista.
No 3.o e último dia, a coordenadora de História, Ana Cíntia, e o professor Pérsio, da mesma disciplina, apresentaram algumas reflexões sobre o legado deixado pela Semana de 22, além de fazerem uma leitura do poema “Paisagem Nº 4”, de Mário de Andrade.
Confira as apresentações abaixo: