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03/11/2014

#Prata da casa #Produção de alunos

Publicado em 03/11/2014 06:58

Naquele breve período entre o despertar da consciência e o abrir dos olhos, começou a chorar. Ao lado de seu companheiro de noites viradas em reviradas, tentou esconder as lágrimas para que ele, caso acordasse, não as entendesse errado. Não era tristeza, muito menos felicidade ou qualquer outro sentimento que pudesse ser condensado em uma palavra. As gotas sempre lhe caíam depois do amor.

Não sabia bem como lidar com a situação. Decidiu­se por levantar e preparar algo comestível, mais para parar o ronco do estômago do que por causa de fome. A cozinha, bem preparada, tinha todos os utensílios que na sua faltavam e mais alguns, feitos para o homem se tornar mais um objeto e não fazer mais nada além de sua função primordial (tal questão está em discussão). A mistura de sentimentos que a angustiava começou a se definir como remorso e tristeza, o que a fez chorar ainda mais. Procurou a droga que usaram na noite anterior antes do ato concebido, mas não achou. O ato… ah, como pudera ela ir a alguém assim, de maneira tão rápida, “antirromântica” e… bancária?

Repensou seus valores, seus fundos à procura do momento de fragilidade que quebrou todos esses preceitos. Mas não conseguiu pensar direito, já não se lembrava há quanto tempo tinha saído da cama. O efeito da droga ainda não tinha passado. Ou ela usara outra e não se lembrava? O ronco estomacal tinha passado mas ela ainda não tinha comido. A sede passara nas ela não tinha bebido nada. Ou tinha? O dinheiro que fora dado a ela já não estava na carteira. E ao voltar pro quarto pra exigir o que era seu ‘por direito’, o homem já não estava lá, mas seu lugar ainda estava quente. Suas lágrimas ainda não tinham evaporado e molhavam o lençol.

Pássaros piavam, piavam, piavam, piavam. Três vírgula catorze, um vírgula dezesseis, lambda maiúsculo. O cosmos a olhava enquanto a irracionalidade se tornava constante e o piar dos pássaros, finalmente, acabava por findar.

Maira Romero (2E3)

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