Sim, estou errada. Não, “estar” não é a melhor palavra, “sou” fica bem melhor. Sim, sou errada. Toda pequena parte de mim é errada. Meu cabelo está longe de ser o ideal. Não é loiro, não tem o comprimento certo, deveria chegar a 19,56 milímetros antes da metade das costas e não tem ondas que formam um arco de 13 graus. Meu rosto deveria ser iluminado por uma “leve” e “discreta maquiagem. Deveria usar pelo menos um batom, um gloss, dois lápis (um pra boca, um pros olhos), um rímel, uma base e sei lá mais quantos produtos daquela tal linha cara (só pode ser aquela) que o estilista “Fulano” recomenda. Também não tenho seios de tamanhos ideais. Não podem ser nem muito grandes, nem muito pequenos, afinal, quem quer destoar? Meus ossos da clavícula e bacia não são salientes. Não podem ser muito, senão dá a ideia de desnutrida, mas têm que aparecer, senão estou acima do peso. Tem que estar salientes o suficiente para que me olhem e pensem que minha dieta é composta de alface, maça e água, como a de uma pessoa “saudável”. Não tenho barriga negativa, aliás creio que ela seja “positiva”. Aparentemente positivo é quase sempre bom, menos quando se trata de testes para doenças e de sua barriga.Bom pelo menos minhas coxas não encostam uma na outra. Ao menos quando eu afasto elas. Mas estou crente de que elas deveriam não se encostar mesmo de pés juntos. Se há outra coisa errada é com certeza a minha altura. Sou muito baixinha. Porém se fosse muito alta ia ser estranho.Não pode.
Depois de muito refletir, me olho no espelho novamente, analiso cada pequeno “erro” meu e penso que não sou errada! Os padrões que são.
Vitória Flosi 2B2
