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1o. lugar Concurso Fernando Pessoa: Vitória Lessa Soares – 3H1

Publicado em 24/06/2015 06:45

Eu sou a febre escrita e transcrita
Sou o frenesi fanático de um formigueiro em fogo.
Sou eu mesma uma metrópole e dentro de mim existem milhões.
Todos caminhando numa constância febril em caminhos descruzados e desconexos que terminam quase sempre sem um fim definido.
E que me importam seus fins?
Os caminhos, percursos, percalços construídos são a verdadeira arte.
Os fins foram, são e serão sempre os mesmos. Os caminhos que traçamos até eles é que mudam, evoluem.
Eu sou a evolução.
Sou quem antes se arrastava e hoje anda erguida.
Sou todo o exagero e a exaltação.
Devo ser lida em voz alta, como um poema de Álvaro de Campos.
Leia alto e para os outros.
Pois quando me leio pra mim, em busca de alguma verdade ou certeza,
o que leio são pedaços perdidos e partidos
Nada respondem, apenas questionam.
Ansiedade, angústia e amargura!
Quero gritar, chorar e fugir de mim.
Quem me dera ter a sorte de nascer sem metafísica.
Como guiar-se em um oceano de si?
Qual será dentro de mim o barco capaz de manter o equilíbrio por aqui?
Talvez devesse me conter mais
Afinal, a vida é efêmera.
Logo não estarei mais aqui e pouco depois já não existirá a língua em que esse poema é escrito.
Aproveitemos o momento.
De que adianta o esforço em registrar todo o filosofar interno, então?
E de que adianta tanto filosofar?
Quanto mais me questiono, mais dúvidas tenho.
Que é divertimento do Olimpo observar as divagações humanas, as voltas que dão sem sair do lugar,
O quão perdidos estão em seu caminho já traçado pelo Fado.
Ficarei aqui, admirando o que vejo.
Tranquila e reservadamente.
Aproveitarei de forma comedida a viagem proporcionada pelo destino.
Sem alçar vôos altos, para reduzir quedas bruscas.
Tirarei desse mínimo, meu máximo.
E me contentarei com o que há de vir, posto que a única certeza que temos
é que o que nos é entregue pela vida, nunca é exatamente o que haveríamos de pedir.
Pois se quiseres saber de mim agora, venha com calma.
Não se apegue, não sabemos por quanto tempo estarei aqui.
Me leia tranqüilamente e aproveite o pouco que tenho. Pois é o máximo, é tudo que sou.
Mais me vale admirar-me com o mundo ou me perder nesse emaranhado de mim?
Não sei por que tanto falo de mim.
Quem sou eu que possa interessar tanto?
Mais: que sei eu de mim mesma?
Sei que sou.
Não sei mais nada.
Não preciso saber mais nada.
O que sei é o que vejo
E vejo o mundo como ele é.
Vejo o mundo ser, apenas
E está bom.
E o que não vejo, não é mundo
E o que vejo é apenas o que vejo.
Não é gancho para me afundar em oceano de reflexões.
Não é metáfora para simbolizar outra coisa
É apenas o que vejo
Tristeza é ser homem e não poder ver as coisas pelo que são, mas pelo que sei.
O que posso saber se construo o saber pelo pensamento e pensamento não é real?
Pensar é não enxergar.
É tentar compensar o que já se basta em si, a visão. É errar.
Penso menos, vejo mais.
Eu sou aquilo que vê e que é vista.
Apenas sou. Sou.
Sou a poeta. Sou fingidora
Escrevi sobre uma pessoa,
traduzi quem achava que era eu
e no fim era outro alguém.
Quem ler pode pensar que me conhece,
mas apenas se enxergou projetada no meu eu-poema.
Eu sou tudo!
Devo ser menos…
Eu apenas sou
Sou o amor pela minha pátria
E sou a vivência da poesia
No fim do dia, sou mais uma Pessoa.

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