Pensar em São Paulo como uma cidade turística é como olhar para seu céu durante a noite. No início, não se vê nada. Então nossos olhos começam a se acostumar ao ambiente. Enxergamos uma, duas, seis, dez e às vezes até mais algumas estrelas, o que quando comparado à vista do céu de uma região menos povoada pode não parecer muito a princípio, mas em parte nos ensina a valorizar as estrelas que podemos ver na cidade. Elas não são muitas, mas também não são poucas para os que sabem apreciá-las. No entanto, são difíceis de se ver. Devido a isso, para ver as estrelas necessitamos de curiosidade e paciência. É preciso realmente acreditar que elas estão lá em algum lugar para começar a buscá-las e desencadear todo o processo.
Sinceramente, acredito que são poucas as pessoas que procuram e conseguem enxergar a sua beleza, assim como aqui são poucas as estrelas. Somos fortemente influenciados pelos outros muitos a deixar de tentar percebê-la.
Apesar das adversidades, mantenho minha palavra de que a beleza dessa cidade é estonteante. A questão é que para que ela possa ser vista, precisamos de nos utilizar de um outro tipo de olhar. Se a maioria não a vê, é necessário procurá-la onde poucos tiveram coragem ou então mínimo interesse. Onde poucos tiveram tempo para procurar, onde tantos desacreditaram de encontrar e onde muitos ririam se ali ela fosse vista.
Gabriel Valentino, 3B3