Franklin adrentrou o quarto escuro e bateu a porta atrás de si. Sentou no chão gelado de mármore negro e colocou as mãos na cara, chorando baixinho. “Eu não quero morrer… Eu não quero morrer… Isso tem que ser um pesadelo”, sussurava para si mesmo, e chorava ainda mais. As lágrimas que escorriam para sua boca levavam um leve gosto salgado. Ouviu passos, que ficavam mais altos a cada segundo, e enterrou o rosto nos joelhos. Sua calça jeans rasgada ficava úmida com as lágrimas. Esperava que isso lhe desse um pouco de conforto, e desejou que nunca tivesse saído de casa naquele dia. A porta rangeu e a última coisa que Franklin viu foram os dois olhos vermelhos brilhando no escuro e dentes afiados.
Parecia um dia qualquer, mas, olhando em volta, podia-se perceber que não era. Nas paredes e janelas das casas havia enfeites de Halloween e nas portas das casas abóboras com caras. O cheiro de diversas balas dominava o ar, suave e doce. Nas portas das casas várias crianças pediam guloseimas fanstasiadas de lobos, vampiros, bruxas e gatos pretos. Franklin também estava lá, mas como era um menino muito curioso, enquanto as outras crianças se acotovelavam para ganhar mais doces, algo diferente lhe chamou a atenção: no fundo de um beco, que aparentava ser sem saída, algo brilhava, ofuscando seus olhos. Devagar, Franklin foi andando até lá, tateou a parede áspera e pichada à procura de algo. Repentinamente, uma porta se abriu de algum lugar que Frankin não pôde ver e o engoliu.
Franklin se viu num grande castelo escuro, de paredes cor de sangue, com estranhos quadros pendurados nas paredes: homens e mulheres com dentes afiados e pele incrivelmente pálida. Seguiu por um corredor com a leve luz de lamparinas e ouviu gritos. Assustado, quis voltar, mas a porta havia sumido, e, suando frio, teve que seguir e ver de onde vinha aquilo. Pé ante pé, seguiu em silêncio.
Assim que os gritos ficaram mais altos, começou a sentir um leve cheiro de sangue, que fez seu coração bater rápido, muito rápido. Espiou lá dentro. Viu ossos, um vampiro, um menino. Ouviu um último grito e um corpo sem vida. Olhos brilhantes encararam-no e ele desviou o olhar.
Correu apavorado, mais rápido do que jamais correra, e abriu uma porta de madeira velha.
Gabriela Yi Zhu Chan (8C)