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04/02/2010

Discurso da Paraninfa de Exatas – Prof.a Marise

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Discurso da Paraninfa de Exatas – Prof.a Marise

Publicado em 04/02/2010 16:34

DSC07224Caríssimos alunos e alunas da Turma do 3º ano de Exatas ou simplesmente: meninos e meninas…

Eu poderia enfatizar, nessas palavras, o quanto me honra estar aqui hoje, proferindo uma mensagem a vocês, alunos tão queridos e tão talentosos, com quem, na tarefa de ensinar, eu tanto aprendi, e que certamente deixarão saudades.

Também poderia retomar um pouco do nosso ano de 2009. De como ele começou, com tantas expectativas e dúvidas (afinal, havia chegado o famoso terceiro e último ano do Ensino Médio no Bandeirantes!); com algumas angústias e desconfianças, passando pelos imprevistos, pelos sacrifícios (baladas? só as da Antologia poética de Vinícius de Moraes!), enfim, tudo aquilo que faz parte do enfrentamento de desafios.

Eu, por exemplo, tive alguns desafios, como responder a certas perguntas: Nós vamos ter de ler todos esses livros da lista do vestibular? Não podemos ler só o resumo? Por que nós temos de ler esses livros, por que não lemos “Crepúsculo”? OU Como eu vou saber se o autor quis mesmo dizer isso? Como você quer que a gente analise esses poemas, tudo isso é muito subjetivo!!!

Mas, com o passar dos dias a desconfiança foi dando lugar a certezas, à sensação de se pisar em terreno mais firme, fosse ele o solo árido do sertão de Fabiano, o ambiente pobre de um cortiço, ou até as nuvens surreais de um poeta-compositor. O fato é que acabamos descobrindo que sempre é possível ampliar nosso repertório, nosso conhecimento de outras realidades, das potencialidades da língua portuguesa, e nossa competência como leitores – sejamos “exatos”, “humanos” ou “biológicos” – porque a literatura nos faz lembrar que somos tudo isso junto – e mais alguma coisa (até poetas, como alguns de vocês se mostraram).

Agora, eu quero mesmo é revelar para vocês que esse discurso foi sendo escrito ao longo de todo o ano, e não só por mim: vocês foram co-autores dele. As frases desse discurso se formaram a cada aula / cada momento / cada olhar / cada pergunta-e-resposta / cada dúvida (fosse ela literária ou existencial) / cada sorriso e cada bronca (que normalmente se seguia às perguntas “vocês leram o livro”? ou “vocês trouxeram o livro?”).

Portanto, na tessitura desse discurso, estiveram presentes, de um lado, nossos assuntos, nossos autores e obras, nossas provas, simulados, notas, …tudo isso que é tão denotativo…

Mas quem pode negar que foi imprescindível um certo teor conotativo, até poético, composto pela particularidade de cada turma, de cada aluno…

Que seria desse discurso que fizemos durante o ano sem a participação carismática e sempre precisa da 3E2?

Sem as alegorias e comparações cheias de criatividade da 3E5?

Sem os questionamentos estonteantes, as dúvidas e os oxímoros da 3E4?

Sem as metáforas (às vezes zenbudistas) da 3E3?

Sem a ironia, a alegria, as epifanias da 3E1?

Pois bem, estando o discurso pronto, feito por tantas mãos e cabeças e corações, quero agora deixar-lhes uma mensagem, que eu gostaria que pudesse minimamente representar a importância desse momento, que é tão simbólico. Para isso, vou partir de uns versos de Alberto Caeiro (ou Fernando Pessoa):

PARA ALÉM DA CURVA DA ESTRADA
TALVEZ HAJA UM POÇO, E TALVEZ UM CASTELO,
E TALVEZ APENAS A CONTINUAÇÃO DA ESTRADA.
NÃO SEI NEM PERGUNTO.
(…)
IMPORTEMO-NOS APENAS COM O LUGAR ONDE ESTAMOS.
HÁ BELEZA BASTANTE EM ESTAR AQUI E NÃO NOUTRA PARTE QUALQUER.(…)

Muito bem: vocês estão hoje exatamente onde a estrada faz a curva: é um encerramento e ao mesmo tempo um começo; uma celebração da conquista, da vitória sobre as dificuldades; mas também um limiar que os separa do que está por vir, do destino que será escrito por cada um.
O que haverá depois da curva da estrada? Tenho certeza de que, sendo um poço, um castelo, ou apenas a continuação da estrada – ou seja, independentemente das escolhas individuais que farão – vocês terão sempre firmeza de propósitos e encontrarão sucesso, porque isso não estará na estrada – e sim dentro de cada um de vocês.
Boa Sorte!
Marise
Jan/2010

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