Discurso do Paraninfo de Biológicas – Prof. Almeida

Publicado em 04/02/10

DSC07221Não é difícil perceber que existe aprendizado em todos os momentos de nossas vidas. Em todos os lugares em que vivemos e por onde passamos. Com todas as pessoas com as quais nos relacionamos. O que é mais duro entender é que nem sempre é possível, dentro desses aprendizados, sorrir. Por outro lado, quando as lágrimas vêm gratuitamente acabam perdendo a credibilidade.

Vivemos juntos, e intensamente, os altos e baixos de 2009 – um ano turbulento e rico. Sobretudo, aprendemos juntos a respeitar nossas lágrimas, e também as nossas risadas, porque sabemos que todas foram autênticas, verdadeiras e justas. Não desperdiçamos riso nem choro, em nenhum momento, porque, como guerreiros que fomos, traçamos previamente uma estratégia de sobrevivência.  Planejamos juntos uma verdadeira arte da guerra.

Por conta disso, tomei então a liberdade de chamá-los de Soldadinhos do Saber – um termo que não tem nada de bélico, tampouco de totalitário. É um termo afetivo, amigo. Características essas que, no universo da educação, estão presentes nos estudos de meus principais mestres, e que procurei levar à risca com todos vocês: usar a afetividade como um pilar fundamental de todo o nosso processo de aprendizagem.

Enfrentamos, com inteligência e emoção, mudanças de datas de exames, de conteúdos, e tivemos de lidar muitas vezes com a falta de informações – que não dependiam nem da gente, muito menos do Bandeirantes –, para seguirmos em frente. Foram momentos difíceis. Mas travamos essa guerra da vida juntos, tentando utilizar a sabedoria da mesma forma que um mestre oriental milenar, que planeja bem sua estratégia, não desperdiça energia e não se deixa consumir pelos problemas.

Nesse cenário, tivemos um grande aliado. O Colégio Bandeirantes nos proporcionou um ambiente para desenvolvermos as armas de que precisávamos para enfrentar cada batalha que apareceu pela frente. Permitiu também que traçássemos estratégias tão perfeitas como as proferidas por Sun Tzu , um guerreiro-filósofo chinês que escreveu um clássico há mais de dois mil anos, justamente chamado A Arte da Guerra.

Dizia ele: Planeja o difícil enquanto ainda é fácil; faz o que é grande enquanto ainda é pequeno. E segue: Conhecimento profundo é ter percepção do perigo, antes do perigo.  Ação resoluta é treinar o corpo sem ficar sobrecarregado pelo corpo; é atuar no mundo sem ser afetado pelo mundo; é realizar atividades sem ser por elas absorvido.

Foi justamente o que fizemos.

Como guerreiros, caímos algumas vezes, mas nos levantamos prontamente. E por isso é possível agora, em cada rosto de vocês, cada expressão e cada olhar reviver lembranças incríveis e emocionantes de tudo o que passamos juntos. Cores, imagens e sons de todos os momentos especiais vêm até mim. Vocês mantiveram-se bem humorados, intensos, inteligentes e únicos, por mais difíceis que eles tenham sido. Assim, tornaram-se menos difíceis; e somaram-se aos incontáveis bons momentos que vivemos.

O mais incrível é que cada sala de Biológicas utilizou-se de uma estratégia diversa para vencer as dificuldades – nenhuma mais certa, ou mais errada que a outra. Estratégias peculiares e muito responsáveis.

A B1, por exemplo, fez da preocupação constante uma força para abater toda e qualquer dúvida que surgia no meio da nossa batalha; a B2 encontrou, por sua vez, a mesma força, na busca pela descontração; já a B3 manteve-se sempre muito instigante e comunicativa; venceu conhecendo bem o inimigo. A B4, por meio de seus brilhantes estudantes, buscou sempre o equilíbrio. Já a querida B5, foi afetiva, carinhosa, em todos os momentos, mas não por isso menos preocupada.

O que talvez não tenham percebido, meus Soldadinhos do Saber, é o fato de que vocês foram muito mais do que um exército unido e fraterno de conhecimento. Para seu professor, vocês extrapolaram essa importância. O que afirmo agora espero que fique guardado para sempre: independentemente de sala, cada um de vocês foi, para mim, o verdadeiro mestre-guerreiro, tal qual o chinês Sun Tzu. Vocês me ensinaram muito mais do que podem imaginar e sou gratíssimo a vocês por isso.

A partir de agora, cada um vai seguir seu caminho. Um fluxo natural da vida, que mistura destino construído com acaso. Um jogo de momentos previsíveis e outros imprevisíveis; alguns controláveis, outros nem tanto. Mas que tenho certeza de que todos vocês terão à mão as estratégias mais corretas para cada um deles. Porque não só a minha missão, mas como a de toda a brilhante equipe do Colégio Bandeirantes, foi prepará-los integralmente para encarar todos os desafios que a vida pode apresentar.

Há ainda algo muito importante a se perceber: a guerra nunca termina; e a estratégia se alimenta de cada vitória. Vamos rir e chorar muito ainda. Mas temos na mão instrumentos cada vez mais fortes que nos permitirão sentir o peso do que carregaremos.

Para isso, sejamos, como propõe o guerreiro Sun Tzu: bondosos (para que possamos ser corajosos), generosos e também humildes. É justamente o que eu, o Bandeirantes , os professores, além dos atentos e queridos pais de todos vocês, deixarão como maior legado para a nova fase da vida que aqui se inicia.

O irônico disso tudo é que, com todas as lições aprendidas, tenho a certeza de que sairemos desta celebração sabendo que 2009 foi simplesmente 2009; e que 2010 será simplesmente 2010. Nem melhor, nem pior. Bom e ruim ao mesmo tempo, como quase tudo. Assim como uma rosa é uma rosa, a vida a partir de agora será sempre a vida; aquela que proporcionará felicidade e demandará responsabilidade ao mesmo tempo, na mesma intensidade.

Diante de tudo isso, só há  uma saída: tratemos imediatamente de vivê-la!  E de fazer de cada momento e de cada conquista, algo inesquecível para os nossos corações.

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