A semana foi marcada por duas ótimas peças de teatro do Colégio Bandeirantes. Nos dias 6 e 7 de dezembro, os alunos do segundo ano apresentaram Velório à brasileira, de Aziz Bajur e Lisístrata, de Aristófanes.
Apostando num texto contemporâneo, o grupo Gafanhotos (dos alunos de Exatas e Biológicas) encenou uma comédia de costumes bem brasileira que brinca com os clichês da morte e a ambição humana. O velório em questão é do funcionário público Abreu Vilela de Souza, vítima de um enfarte sem saber que ganhara na loteria naquele dia. Ao receberem a notícia, amigos e parentes do falecido passa a protagonizar uma cômica caçada ao bilhete premiado, que deflagra as características mais cômicas das personagens.
O grupo Bacanudos (dos alunos de Humanas) encenou um clássico grego. Escrito em 411 a. C, o texto consiste em uma severa crítica de Aristófanes à Guerra do Peloponeso, em um período decadente da cidade de Atenas. Na peça, as mulheres começam uma greve de sexo em protesto à guerra e à falta de reconhecimento do sexo feminino na sociedade ateniense. Além de remontar um momento relevante da história antiga, a peça suscita uma discussão que continua atual: a desigualdade entre o papel do homem da mulher na sociedade.
O nível das produções surpreendeu os espectadores e deixou todos os envolvidos muito satisfeitos. Fernando Borges, diretor e professor do curso de teatro, enfatiza o comprometimento dos alunos de ambos grupos para que os espetáculos sejam tão aplaudidos e elogiados. “Na reta final, as turmas passam o sábado inteiro ensaiando no colégio, esse comprometimento é realmente um diferencial”. Depois de um ano de trabalho, os alunos conseguem expressar no palco tudo o que aprenderam criando no curso. A capacidade de improvisação e a vontade de fazer o melhor, mais uma vez, superaram os percalços e fizeram com que os mais de 100 espectadores saíssem muito satisfeitos com cada uma das peças.
