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01/06/2022

Mágica em sala de aula

#mágica

Mágica em sala de aula

Publicado em 01/06/2022 15:20

O professor Ortega, de Física, também é mágico profissional e, nos últimos anos, vem realizando alguns de seus truques em sala de aula como uma forma de ajudar os alunos na visualização e compreensão da matéria. “Faço mágica desde os 12 anos, mas me tornei profissional há cerca de 20, quando passei a me apresentar em teatros. Comecei a pegar gosto pela coisa, fiz cursos de mágica, conheci a comunidade mágica de São Paulo, do Brasil e latino-americana também, porque fui para congressos fora do Brasil para competir e ter aula com grandes mágicos.”, explica o professor. Ele trabalha como mágico no grupo Cia. Caixa Mágica, que se apresenta em teatros há mais de 10 anos.


Ortega conta que, desde 2018, faz pequenos shows informais dentro do Band, geralmente voltados para algum curso, buscando ajudar tanto outros professores quanto estudantes, além de passar algumas mensagens importantes. “Discutimos aspectos de filosofia e história da ciência e experimentação e levamos isso para os alunos, mostrando números de mágica que ajudam a desafiar os conceitos de causalidade e de verdade.”. Ele relembra algumas de suas últimas apresentações em sala de aula, a convite de outros educadores. 

No STEM, foi feita uma atividade de investigação científica chamada Caixa Preta em que os alunos tinham de descobrir o mecanismo de funcionamento de uma caixa sem abri-la. A atividade terminou com um show de mágica, em que estavam os alunos do STEM, pais de alunos e professores com seus filhos. Ortega, durante sua apresentação, mostrou a diferença entre um mágico e um cientista. “O mágico quer que você acredite na aparência das coisas, enquanto o cientista quer que você duvide e vá além, vendo as relações que existem por trás disso.”.

O professor também realizou um de seus truques no curso Tinkering e Gambiarra. “Mostrei Albert Einstein para os alunos, joguei um raio laser na sala e pedi que imaginassem Einstein pegando as gotas de luz (ele nomeou essa menor partícula da luz como Fóton). Fiz uma mágica em que conseguia pegar gotas de raio laser e brincar com isso.”. 

Sua mais recente apresentação foi com o CARE. Ele contou sobre um dos maiores mágicos da história, Harry Houdini, e realizou um truque de escapismo. “Levei essa ideia para os alunos do CARE para que eles pensem que, mesmo nas piores situações, de angústia, desamparo e tristeza, há sempre uma saída, que descobrimos através do diálogo e das relações com nossos semelhantes, relações de amor e ternura.”.

Ortega afirma que todo professor que conhece alguma arte, como música, dança e, no caso dele, mágica, acaba compartilhando com os alunos, o que melhora a relação interpessoal e pode até ajudar nas aulas. “Posso demonstrar um experimento usando mágica, demonstrar coisas difíceis de serem demonstradas, simular um experimento mental em que se imaginasse e produzisse visualmente interações por meio de dispositivos mágicos. Posso trazer aspectos de filosofia da Ciência, conceito de realidade, aparência e essência a partir de interações com a mágica e até montar um espetáculo abordando as grandes descobertas da Ciência usando a mágica como um recurso para os alunos visualizarem os grandes momentos da história da Ciência.”.

Segundo o professor, a mágica coloca os alunos em outro patamar de interação com o conceito. “Eles não estão apenas ouvindo um professor repetir. Estão sofrendo o fenômeno do deslumbramento e do assombro que a mágica causa e isso os coloca em outro estado de conexão com as coisas tratadas. Às vezes fica inesquecível quando o impacto emocional é mais forte.”.

Para quem quiser entender melhor a relação entre mágica, ensino e Ciência, Ortega participou de uma live sobre o assunto com a pesquisadora e dramaturga Paula Autran. O vídeo do evento completo pode ser acessado clicando aqui!

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