Do Band a Harvard: fim de um ciclo

Publicado em 22/01/21

Querido leitor,

Este é o meu último post! Gostaria de agradecer a cada um que passou um pouco de seu tempo acompanhando meus posts e ao Band por ter me apoiado e me proporcionado essa plataforma em que pude compartilhar um pouco das minhas ideias no decorrer do ano passado.

Apesar da pandemia e do lockdown de março a junho, ter a oportunidade de viver essa experiência internacional foi muito enriquecedor para mim. Sair da zona de conforto é algo que sempre me motiva a ser melhor e cresci muito estando em um novo ambiente. Um dos meus maiores aprendizados foi entender de uma forma mais extensa o quão privilegiado eu sou por ter acesso a uma ótima educação durante toda a minha vida. Conhecimento e cognição possuem um valor imensurável e podem ser usados praticamente em qualquer lugar e em qualquer circunstância. A capacidade de aprender coisas novas me ajudou a ser um bom aluno no laboratório e saber como usar as ferramentas e conexões que tenho à minha disposição me ajudou a aproveitar os períodos de lazer.

Pude ver isso não só pela minha perspectiva, mas também pelo grande número de pesquisadores brasileiros que estão aqui desenvolvendo ciência de qualidade. Há muitos fazendo um pós-doutorado aqui e alguns que hoje ocupam posições de destaque em sua área, sendo chefes de departamento e referências em suas respectivas áreas de atuação. É uma pena que hoje em dia o acesso à educação de alta qualidade seja um privilégio para poucos na maioria dos países. 

Além disso, estar fora do Brasil me fez perceber o quanto muito daquilo que consideramos “normal” é, na verdade, absurdo. Um dos aspectos mais gritantes é a segurança. Apesar de aqui também haver furtos, o nível de violência que presenciei aqui é muito menor do que o que tento evitar quase todos os dias em São Paulo. Algo que com certeza contribui para isso é que a desigualdade social é menor aqui. As classes menos privilegiadas aqui têm acesso a muito mais bens e oportunidades do que no Brasil. Acho que embora esteja bem longe do ideal, a condição de vida média aqui é muito melhor que a média brasileira. 

Viver em uma cultura diferente da nossa é um desafio também, porque há vários costumes que continuo não entendendo, e muitas vezes sinto falta da espontaneidade e energia dos brasileiros. O fato de ter amigos brasileiros aqui ajuda a diminuir a saudade e estar inserido em um contexto multicultural também me auxiliou numa melhor adaptação. Não consigo imaginar como minha vida seria sem ter contado com o apoio e a companhia dos meus amigos. 

Lucas Umesaki se formou no Band em 2015 e desde 2017 é aluno da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ano passado, teve o privilégio de vivenciar um dos principais centros de pesquisa do mundo em um programa de intercâmbio. Lá, ele foi Research Trainee no Brigham and Women’s Hospital, um dos hospitais filiados à Harvard Medical School.

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