Do Band a Harvard: Descobrindo sobre o microbioma

Publicado em 15/10/19

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Desde o começo do ano, o foco das minhas pesquisas no laboratório foi o impacto do zinco (e sua deficiência) nas doenças. Entretanto, meu orientador, Dr. Brain, também tem um grande interesse sobre outro assunto: microbioma no pulmão.

Logo nos primeiros meses, já começamos a trabalhar nesse tema, realizando diversas pesquisas na literatura. A conclusão que chegamos é que existem poucos dados e que esses, muitas vezes, são conflitantes. Dessa forma, resolvemos realizar uma revisão de literatura (isso significa juntar todas as informações disponíveis nos artigos já publicados) e realizar alguns experimentos para complementar os dados.

Em 2008, um dos maiores e mais importantes estudos do microbioma humano, o “Health Human Microbiome Project”, começou a caracterizar a microbiota e sua relação com a saúde e as doenças. Partes importantes do corpo como o nariz, boca, pele, trato gastrointestinal e trato urogenital foram analisados em mais de 300 indivíduos usando uma técnica muito difundida nos dias de hoje chamada 16S.

Apesar da grande importância do pulmão na fisiologia humana, esse órgão não foi incluído no estudo e, até hoje, poucos são os dados disponíveis.  Nesse contexto, resolvemos realizar um experimento para, primeiramente, analisar o quão rápido uma bactéria que está no pulmão é eliminado dele.

Uma das dificuldades de trabalhar com bactérias é o alto risco de contaminação. Tanto do ambiente para as amostras, como da própria bactéria que estamos usando para o ambiente. Todo o material que vamos utilizar durante o experimento precisa ser estéril. Para isso, podemos colocar as ferramentas que vamos utilizar durante o experimento na autoclave. Essa é uma câmara com vapor de água saturado e com alta pressão, o calor úmido promove a esterilização e permite utilizar os instrumentos sem o risco de contaminação.

Colocamos os instrumentos dentro destes pacotes de alumínio e depois na autoclave.

Outro risco que comentei é sobre a possibilidade de contaminar o ambiente com a bactéria que queremos colocar no pulmão. Para isso, devemos trabalhar dentro de uma cabine de biossegurança que evita a contaminação do laboratório.

Essa é a cabine de biossegurança na qual temos que trabalhar.

A ideia é colocar uma quantidade conhecida de bactérias nos pulmões dos ratos e depois analisar o órgão em tempos progressivos utilizando a técnica de 16S e de cultura de bactéria em ágar. Dessa forma, teremos um gráfico da eliminação da bactéria no decorrer do tempo.

Esse é apenas um dos experimentos que estamos realizando sobre microbioma do pulmão. Outros ainda são necessários para explicar melhor todas as relações que existem. E esse será um dos meus projetos até o fim do ano.

Nos próximos posts falaremos mais sobre nossas metas ainda esse ano e do inverno que se aproxima…

Até a próxima,

Leonardo Pipek

Os alunos formados no Band em 2014, Giovanna Pedreira e Leonardo Pipek, estão tendo uma oportunidade única! Em um programa de intercâmbio da Faculdade de Medicina da USP e da Harvard University, os dois passarão um ano estudando em Boston. Confira o Blog dos estudantes que será atualizado toda semana!

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