Dissertação de Mestrado: professora Maria Fernanda Moreira

Publicado em 11/05/21

Em abril, a professora de Química do Band Maria Fernanda Moreira realizou a defesa de sua dissertação de mestrado pela PUC-SP, com o tema  “Limites e Possibilidades do Uso da Tecnologia no Ensino Médio Brasileiro”. O trabalho traz a perspectiva dos alunos sobre o uso da tecnologia em sala de aula, seja pelos professores ou pelos próprios alunos, mas sempre observando o momento educacional.

Prof.a Maria Fernanda Moreira

Será que o recurso tecnológico sempre é uma alternativa viável para tornar o aprendizado mais significativo? Para responder à pergunta de pesquisa, foram realizadas entrevistas com alunos do Ensino Médio do Colégio, de forma que fosse possível coletar os dados. Como referencial teórico, foi utilizada a Psicologia da Gestalt e a teoria do aprendizado significativo de David Ausubel. Ambas as teorias tratam dos processos perceptivos, isto é, como a cognição é formada e alterada por meio das individualidades, subjetividades pessoais e repertórios. 

Foi possível verificar, no final, que existem dois momentos tecnológicos educacionais distintos: o Instante Tecnológico Educacional (ITE) e o Processo Tecnológico Educacional (PTE). O ITE faz referência ao uso da tecnologia aplicada a um momento isolado e ignora o repertório e subjetividades dos sujeitos envolvidos na atividade, enquanto o PTE aborda todo o processo de construção da percepção e do repertório tecnológico, que está intimamente ligado às suas experiências pessoais e de vida. Os dois momentos se implicam constantemente. 

Como conclusão, entende-se que é relevante para o instante da atividade que envolve a tecnologia que seja levado em conta o contexto educacional dos alunos, já que o repertório, as subjetividades e as percepções individuais determinam a maneira como os alunos irão se relacionar com a tecnologia e com o conteúdo que será trabalhado.

“A coleta de dados foi feita com base em entrevistas via Zoom. A utilização da tecnologia para a própria aplicação da entrevista reflexiva foi interessante, já que o olhar do trabalho está relacionado com isso e toda a pesquisa foi feita dessa forma virtual”, comenta Maria Fernanda. Ela conta, ainda, que a ideia do tema do trabalho surgiu a partir da reflexão diária da prática e da fluidez tecnológica no cotidiano.

“Em sala de aula, enquanto educadores, precisamos entender como podemos otimizar os processos tecnológicos e extrair o melhor que as ferramentas têm a oferecer. Se estamos ensinando e tendo como objetivo o aprendizado dos alunos, é preciso observar, por meio da percepção deles, se eles estão aprendendo de forma significativa. Mesmo que a ideia do tema tenha surgido em 2019, antes da pandemia, o ano passado acentuou diversos aspectos fundamentais na elaboração da minha pesquisa que, por sua vez, vão muito além da sala de aula.”, explica a professora.

Quanto aos resultados, Maria Fernanda conta que ficou satisfeita, mas que a pesquisa abre precedentes para continuação, trabalhados no doutorado que ela inicia no próximo semestre. “No processo de pesquisa, existe a possibilidade de sairmos com mais dúvidas do que certezas, e eu senti isso com muita intensidade durante todo processo, do qual extraí informações muito relevantes. Houve uma curva de aprendizado muito significativa e clara para mim, que me rendeu muitas ideias futuras.”, comenta.

A defesa da dissertação foi feita de maneira remota. “Isso me permitiu reunir uma maior quantidade de pessoas da minha vida profissional e pessoal. Foi muito bacana a oportunidade de ter essa interação, sem contar que está ligada diretamente ao trabalho, já que o uso dessa plataforma tecnológica como meio para a realização da apresentação foi bastante interessante.”, finaliza.

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