Conheça o grupo BandAntirracismo

Publicado em 21/06/21

O BandAntirracismo nasceu da iniciativa de alguns pais de alunos que acreditam que, juntos com a Escola, podem contribuir para uma educação antirracista na Comunidade Band. O grupo é formado por professores, colaboradores e pais de alunos do Band. Uma das mães participantes é Roberta Dantas, que conta mais sobre o processo de criação do grupo. “Uma carta subscrita por mais de 500 pessoas, entre pais, alunos e ex-alunos, foi elaborada e encaminhada à direção da Escola. Obtivemos uma resposta muito positiva do Colégio, que procurou os pais, chamando-os para uma conversa para melhor entendimento do tema. Elegemos uma comissão para tratar do assunto e passamos a nos reunir mensalmente para discutir a melhor abordagem para os alunos, seus pais e os professores e colaboradores do Band”.


O grupo tem como propostas sensibilizar a comunidade para as questões que envolvem o racismo e as desigualdades raciais, aprofundar o conhecimento sobre o tema e promover ações que possibilitem uma transformação cultural no caminho da equidade racial. Nesse contexto, iniciamos o processo de letramento racial da comunidade interna com uma palestra ministrada pela jornalista e escritora Esmeralda Ribeiro. Com clareza, objetividade e muita sensibilidade, a palestrante abordou diversos pontos sobre o racismo estrutural e maneiras de combatê-lo, por exemplo, por meio da educação transdisciplinar, utilizando a literatura, seu campo de atuação.


Estela Zanini, diretora de Convivência, explica que “a questão racial está presente no currículo escolar, sendo abordada em aulas de diversas disciplinas. O objetivo do grupo é ir além. Queremos criar jovens antirracistas e desenvolver esta cultura aqui dentro. Para isso, o trabalho está estruturado em três eixos: sensibilização, reflexão e transformação. Algumas ações estão sendo planejadas e desenvolvidas. A primeira é o letramento racial da Comunidade, ou seja, estudar sobre o racismo, compreender suas bases e como ele influencia nossas escolhas e comportamentos.  Outra proposta que queremos realizar é um censo étnico-racial, com o objetivo de obter informações básicas para o delineamento de ações futuras sob a perspectiva da diversidade”.

A professora de Educação Física e CPG, Daiana Silva, um dos membros da comissão, faz questão de ressaltar a relevância do grupo. “É fundamental dizer o quanto a criação desse grupo é uma medida simbólica importante. O Band é uma escola que preza muito pela convivência e pela diversidade e agora tem um grupo para pensar e estruturar essas ações. Refletir sobre os desdobramentos do racismo e pensar em condutas para que sejamos, de fato, antirracistas, é algo muito importante para mim. O racismo é uma piscina em que estamos todos dentro. Alguns estão apenas com os pés na água. Outros estão mergulhados até o pescoço. Mas que movimento fazemos para sair dela?”

No momento das perguntas ao final da palestra, Cátia Luciana Pereira, professora de Língua Portuguesa também integrante da comissão, elucidou uma diferença fundamental no vocabulário, recordando uma frase célebre da pensadora afroamericana Ângela Davis: “em uma sociedade racista, ‘não ser racista’ é insuficiente, pois é uma postura passiva, de não envolvimento com a questão; ser ‘antirracista’ incide em uma postura ativa, de ação efetiva para combater o racismo, ação essa que deve ser compromisso não apenas de negros como eu, mas também de não-negros, de todos enfim”.

Para concluir, ficam as palavras belas e potentes do poema de Esmeralda Ribeiro:

Interapresentação

Temos aparência de felino
de dia esconde suas presas
para soltá-las à noite,
com mios de canções solitárias
que atordoam a todos,
admirados com a Negrice e o
Negrume da N O I T E.

(Cadernos Negros 7, p. 53).

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