Ações em sala de aula sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia

Publicado em 29/04/22

O conflito entre Rússia e Ucrânia traz consequências em todo o mundo e isto não seria diferente dentro das salas de aula. Para que os alunos compreendessem melhor a complexa situação, as equipes de Geografia e História realizaram diversas ações relacionadas ao conflito desde o 6.o ano até a 3.a série.


A coordenadora de Geografia, Marcia Abdo, afirma que estudar as tensões da região já fazia parte do cronograma de aulas das 2.a e 3.a séries mesmo antes do início da invasão russa, mas a eclosão do conflito fez necessária uma abordagem mais profunda e que envolvesse, também, alunos dos dois últimos anos do Ensino Fundamental e da 1.a série do Ensino Médio. “No dia em que a Guerra começou, 24 de fevereiro, todos os professores, do 8.o ano à 3ª série, utilizaram o tempo de suas aulas apenas para falar sobre o conflito. Fizemos um breve histórico desde a formação da Ucrânia, passando pelos períodos de União Soviética, da Guerra Fria, da independência, do governo Putin na Rússia e sua influência nas antigas repúblicas soviéticas, do início da tensão com a anexação da Criméia e apoio aos separatistas na porção oeste da Ucrânia (2014) até o agravamento da tensão nos últimos meses, culminando na invasão em fevereiro.”.


A abordagem do assunto no mesmo dia em que ele ocorreu foi importante para que os alunos compreendessem melhor a situação, pois estavam curiosos, muito interessados e mais atentos do que nunca às aulas, participando com muitas perguntas. “Repetimos estas aulas nos dias seguintes, cobrindo as demais turmas. Só não abordamos a questão nos 6.os e 7.os anos para não assustá-los e porque é a partir do 8.o ano que o conteúdo de Geografia passa a abordar as características dos continentes, incluindo as geopolíticas. Pareceu-nos bastante pertinente explicar o conflito naquele momento também para os estudantes de 8.o e 9.o anos.”, conclui Marcia.

A coordenadora de História, Ana Cíntia, ressalta que a maior preocupação dos educadores era o medo dos alunos, ainda mais logo após uma situação tão complicada quanto a pandemia. “Os alunos, especialmente os mais novos, estavam assustados com a repercussão de uma guerra e a ideia de que isso poderia tomar proporções ainda maiores, globais. Organizamos, então, um encontro com as professoras de 6.o, 7.o e 8.o ano e pensamos em trabalhar os fatos históricos, tirando as dúvidas dos alunos em relação a isso, e o medo. Por isso, pedimos que um professor de Filosofia participasse.”.

Além das aulas focadas no conflito, foram realizadas outras ações nas 2.as e 3.as séries, envolvendo atividades avaliativas, seminários e questões relacionadas ao tema em provas. Marcia, inclusive, conta que teve algumas surpresas positivas nas apresentações dos seminários, como a entrevista feita por uma aluna com uma adolescente ucraniana contando sua história neste momento de guerra.

Para além de tantas ações em aula, muitos outros eventos ocorreram fora da sala, como conta Ana Cíntia. “Temos promovido o encontro de alguns palestrantes com toda a Comunidade Band, abrindo, inclusive, para a participação de funcionários, professores e famílias, além dos alunos. É uma discussão que afeta a todos.”.  A coordenação de História, por exemplo, organizou uma palestra com o consultor do Band, Alberto Pfeifer abordando o tópico e convidou a professora Paola Gonçalves, da ESPM, que é especialista em refugiados que apresentou o funcionamento da legislação e dos códigos internacionais em relação ao recebimento dos refugiados e explicou como essa dinâmica tem ocorrido com o conflito da Ucrânia. Também foi realizada uma live interdisciplinar com as equipes de História e Geografia para os estudantes de 6.o ao 8.o ano que demonstraram interesse em conhecer mais a fundo estas questões. Tudo isso ajudou a despertar ainda mais o interesse dos alunos para uma questão que envolve vários aspectos, indo além do conflito que ocorre em um país distante. 

Marcia Abdo enfatiza que é fundamental a compreensão da ampla questão geopolítica e seus impactos. “Aproveitamos esse momento para discussões como a atuação da ONU, a existência da OTAN, o antagonismo ainda existente entre o ocidente e a Rússia, a disputa por áreas de influência, o uso de sanções econômicas e seus impactos em um mundo globalizado e o uso de armas ilegais e de estratégias que atentam contra os Direitos Humanos. Abordamos, ainda, como o conflito e as sanções adotadas têm nos afetado diretamente e destacamos a triste questão humanitária que envolve a questão dos refugiados, dos deslocados internos e os ataques a civis.”

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