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22/02/2013

As meninas de exatas

As meninas de exatas

Publicado em 22/02/2013 12:25

EXTAS MENINAS 22O historiador Kellen Jacobsen Follador na obra A MULHER NA VISÃO DO PATRIARCADO BRASILEIRO: UMA HERANÇA OCIDENTAL, assim se manifesta sobre a condição da mulher no Brasil colônia. “(…)” Levando em consideração que o Brasil foi colonizado por ocidentais, podemos concluir que os homens no Brasil possuíam os mesmos conceitos, em relação à mulher, que os moradores do velho continente. Assim, desde o período colonial a exigência de submissão, recato e docilidade foi imposta às mulheres. Essas exigências levavam à formação de um estereótipo que relegava o sexo feminino ao âmbito do lar, onde sua tarefa seria a de cuidar da casa, dos filhos e do marido, e, sendo sempre totalmente submissa a ele. (…) poderes absolutos eram destinados ao homem, chefe e senhor da família na sociedade patriarcal brasileira, enquanto que às mulheres era destinada a obrigatoriedade da reclusão ao lar, com sua vida doméstica junto da criadagem escrava. No período colonial as mulheres não podiam freqüentar escolas, ficando dessa forma excluídas do âmbito da educação formal, destinada apenas aos homens.
Em contrapartida eram treinadas para uma vida reclusa, onde o casamento, a administração da casa, a criação dos filhos eram seus maiores deveres, além de ter que “tolerar as relações extra-matrimoniais dos maridos com as escravas
 
Nos dias atuais, apesar de ainda existir em alguns grupos essa mentalidade patriarcal em relação à mulher, o quadro é muito diferente. No dia 22 de janeiro de 2013, na Folha de S. Paulo, o jornalista Cássio leite Oliveira, abordou o ingresso das mulheres na área de exatas mostrando que o estereótipo (herança colonial), segundo o qual, as mulheres não são indicadas para a área de exatas, está totalmente desmentido.
Números e fórmulas não são coisas de menino; em média, elas são melhores do que eles em matemática Este texto é para meninas que gostam de física e matemática. E querem ser cientistas. É também uma mensagem para os familiares delas. Na década de 1980, minha adorável experiência como professor de matemática e física no ensino médio me deu algumas certezas. Uma delas: meninas, na média, são melhores que meninos nessas duas disciplinas. Mas um estranho viés cultural sempre alçava um menino a “gênio” das exatas da escola. Mesmo que houvesse meninas com notas melhores. Injustiça. Outra certeza: em geral, minhas alunas eram mais meticulosas, organizadas e intuitivas que os meninos -quatro boas qualidades para a resolução de problemas científicos (ou do cotidiano).Incentivei muitas alunas -algumas brilhantes- a fazer física, matemática ou engenharia. Em vão. Razão: falta de apoio ou resistência familiar. Ouvi pais dizerem que eram profissões de homem. De lá para cá, certamente o cenário mudou. Arrisco dizer que, na biologia e na química, as mulheres já ultrapassaram os homens”.
Roberto Nasser
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