Constelações
Acordou. A lua ainda distribuía suavemente seus raios de luz pela janela do quarto. Visto que despertara antes da hora, resolveu contemplar as estrelas. Isso o acalmava.
Sentou-se na poltrona perto da janela, e pôs-se a olhar para o Céu, seu rosto agora banhado pela luz da noite. Reconheceu uma constelação e outra, maravilhado com a imponência com a qual se apresentavam para ele.
Seria ele a constelação de Libra? Pensativo, talvez até demais. À procura de um equilíbrio, um sentido para a vida. Racional demais?
Ou seria a constelação de Virgem? Talvez um pouco conservador; estudioso, sim, mas também comedido. Estaria a grandiosidade dos deuses com ele, ou teriam estes o abandonado?
Quem sabe fosse a constelação de Áries? Um pouco inconsequente, mas absolutamente franco, simples. Ah, pra que perder tempo pensando nisso?
Estariam as estrelas zombando de suas indagações, suas certezas e inseguranças? Ah, se fosse frio e direto como a máquina! Talvez não se preocupasse com isso. Ou se fosse grandioso como as estrelas, observando o mundo e suas vidas desde a Antiguidade. Ah, se fosse poderoso e imortal como os deuses e os astros!
Para com isso – são só estrelas!
…
Seria ele um pouco de tudo aquilo?
Voltou para sua cama e deitou-se. Seu último pensamento, antes de dormir, simples e adequado: sou Fernando… PESSOAS.
Rodrigo Hubert Leme, 3H3