A proposta inovadora no modelo de educação de uma escola norte-americana é o tema discutido pela aluna Amanda Sadalla, da 3H2, em seu primoroso texto. É uma reflexão muito pertinente e necessária diante dos novos rumos que a educação deverá seguir no século XXI.
“Outro dia meu pai veio todo empolgado me mostrar um artigo de Gilberto Dimenstein sobre uma escola americana, ou melhor, uma super escola. Think Global School leva 36 alunos (escolhidos em uma rígida seleção) durante os 4 anos do ensino médio para 12 países ao redor do mundo. Em cada um destes países, os alunos moram em ‘host schools’, onde dividem quartos com os colegas, têm aulas regulares como história, geografia, matemática e outras um tanto quanto inovadoras, como ‘global studies’ e Mandarim. Os professores, acompanham os alunos durante toda a jornada e junto deles, desfrutam das diferentes culturas e hábitos de cada país. Já pensou em aprender sobre a II Guerra Mundial em um campo de refugiados na Alemanha? Ou ter aulas de biologia nos mares australianos? E até mesmo compreender a cultura indígena com uma tribo no Equador? Essas são algumas das surpreendentes experiências vividas por estes jovens. O projeto, sem fins lucrativos, foi fundado pela neozelandesa McPike que afirma: ‘nenhuma escola é capaz de ensinar as peculiaridades do mundo, a preocupação central não é obter uma nota, mas desenvolver a capacidade de se entregar às aventuras do conhecimento.’ Desde então, sigo cada passo da Think Global pela internet, assistindo vídeos postados por alunos sobre suas viagens e seu dia a dia, como por exemplo, um vídeo em que a professora de matemática ensina, ou melhor, demonstra a aplicação de funções aos alunos do 9th grade construindo catapultas, ou um artigo escrito por uma aluna sobre uma palestra assistida em Harvard sobre o desperdício de alimento. Um provérbio chinês do filósofo Confúcio nos da uma ótima noção do grande objetivo desta escola: ‘Quando escuto, esqueço. Quando vejo, lembro. Quando experimento, entendo.’ Diante de tantas transformações vividas atualmente, não estaríamos nós no caminho para uma grande inovação na educação ? Quem sabe, Mc Pike não poderá abrir nossas mentes para as novas transformações do modelo educacional, como fez Maria Montessori? Como disse Jean Piaget: ‘O principal objetivo da Educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram’. Hoje, participar de um projeto como este, custa uma ‘pequena’ fortuna para a família do estudante, mas quem sabe, em alguns anos, projetos como este estarão disponíveis (com preços mais acessíveis) para tantos jovens com grande potencial que sentem-se restringidos pelo modelo atual de ensino?”