Nossa equipe de Ciências da Natureza visitou o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), um dos mais importantes do Brasil, localizado em Campinas. O conjunto de laboratórios inclui o acelerador de partículas Sirius, considerado a maior e mais complexa infraestrutura de pesquisa já construída no país, que concorre com outros grandes centros mundiais de pesquisa na mesma linha na Suécia e na França, como European Synchrotron Radiation Facility (ESRF).
Os professores tiveram contato com uma diversidade de linhas de pesquisas na área de nanotecnologia, que envolve materiais e partículas com a espessura cem mil vezes menor do que a de um fio de cabelo, como conta o professor José Ortega, de Física. “Nessa escala, biólogos, químicos e físicos, em equipes interdisciplinares, investigam moléculas para novas vacinas antivirais, enzimas biológicas para novos combustíveis, materiais condutores para computadores, entre outros.”.
Ortega também explica que, diferentemente do famoso Grande Colisor de Hádrons (LHC), na Suíça, que gera colisões de partículas para estudar componentes constituintes dos átomos, o Sirius acelera elétrons próximo à velocidade da luz, não para colidir, mas para gerar luzes que permitam interagir com e observar o muito pequeno. Essa luz, resultante do processo de aceleração de elétrons, é a luz síncrotron, especialmente os raios-x.
A coordenadora de Biologia, Meire de Bartolo, lembra que ficou impressionada com os laboratórios visitados. “As pesquisas em Biologia contam com microscópios espetaculares e instrumentos de alta precisão, como os sequenciadores de DNA. Quando tratarmos de biotecnologia em sala de aula, agora podemos afirmar com segurança que se faz pesquisa de ponta no Brasil.”.
A vivência ajudou a equipe a criar novos materiais para utilizar em sala de aula. O professor Felipe Sampaio, de Física, demonstra um olhar positivo sobre o conhecimento obtido durante a visita. “Sabemos do talento dos cientistas brasileiros e é animador conhecer uma instituição que acredita nos impactos positivos do fazer científico na sociedade, capta recursos e fornece as condições necessárias para que esses pesquisadores possam exercer suas habilidades de maneira plena.”.
