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15/08/2017

O que você quer ser quando crescer?

O que você quer ser quando crescer?

Publicado em 15/08/2017 09:00

Oi, como estão as coisas por aí?

Estamos entrando agora na segunda quinzena de agosto, período em que, se não me falha a memória, ocorrem as inscrições para a FUVEST. Diante disso, hoje queria dividir com você uma história que se passou 5 anos atrás, quando era a minha vez de realizar a escolha da carreira. Espero poder ajudar um pouquinho, principalmente se você estiver indeciso ou inseguro.

Apesar de, atualmente, eu ser extremamente satisfeita por ter escolhido cursar medicina, nem sempre foi assim. Desde muito pequena, ao ser questionada com aquela clássica pergunta dos tios em festas de fim de ano “O que você quer ser quando crescer?”, eu dizia que queria ser médica, sem rodeios. Contudo, hoje tenho percepção de que eu só respondia isso porque metade da minha família trabalha na área da saúde. Não era uma decisão sobre a qual eu havia realmente refletido, e sim uma resposta fácil que deixava todos os adultos orgulhosos.

Segui desse modo até o segundo ano do Ensino Médio, quando eu comecei a de fato me questionar sobre o que eu queria para o meu futuro. Foi um momento em que o mundo se abriu diante dos meus olhos e, de repente, eu me vi cercada de muitas opções tentadoras: pensei em cursar letras (completamente influenciada pela maravilhosa equipe de Português do Band), depois engenharia, então relações internacionais, aí direito, ou administração, quem sabe jornalismo? Só sei que fiquei no meio desse turbilhão de carreiras por mais de um ano. Frequentei palestras, fiz testes vocacionais, conversei com profissionais de todas as áreas… e cada vez ficava mais difícil decidir! Eu queria mesmo ter umas 7 vidas para conseguir me formar em todos esses cursos, mas isso evidentemente não era possível, e as inscrições para os vestibulares estavam cada vez mais próximas.

Minha turma do segundo ano do Band

Minha turma do segundo ano do Band

Sendo bem sincera, foi um período conturbado. Sempre fui um pouco decidofóbica para tudo, desde escolher qual prato eu pediria em um restaurante a qual boneca eu ganharia de Natal. Imagine então como foi decidir o que eu seria “para o resto da minha vida”! E, no topo de tudo isso, eu ainda precisava continuar estudando, mesmo sem propósito definido.

Resultado: começou o período de inscrições para os vestibulares e eu ainda não tinha a mais vaga ideia do que eu queria. Acabei me “decidindo” por prestar medicina, direito e engenharia, uma em cada lugar: UNIFESP, FGV, UFRJ, UFSCar. Parece piada, mas não é. Contudo, eu só podia prestar uma dessas na FUVEST, e meu grande sonho, como a maioria dos bandeirantinos, era estudar na USP.

O sonho de entrar na USP (e aquele abraço carinhoso na Professora Eneida)

O sonho de entrar na USP (e aquele abraço carinhoso na Professora Eneida)

Então, em uma tarde de agosto da qual eu me lembro como se fosse ontem, estávamos eu e minha mãe fazendo a minha inscrição para a FUVEST 2013. Começamos com aquela parte de dados pessoais, endereço, telefone. Até aí tudo bem, essas respostas eu sabia. Eis que chega o temido campo da escolha de carreira. Olho para minha mãe, olho para a tela do computador, olho para minha mãe de novo. Ela e meu pai obviamente participaram de tudo e sofreram tanto quanto eu durante a tomada dessa decisão, mas, a esse ponto, eu já esgotara completamente a paciência deles. Eu continuava paralisada. Então minha mãe olhou bem seriamente para mim, e disse: “Ah Carol, põe medicina e não me enche o saco!”. Nem pensei, só conclui a inscrição, desliguei o computador e não refleti mais sobre isso. (Até hoje, eu e minha mãe damos risada desse episódio, sempre dizemos que foi a bronca mais bizarra que ela já me deu!)

Avançando alguns meses no tempo, fui aprovada em todos os vestibulares que eu prestei, e aí tive que decidir definitivamente, o que se mostrou muito menos complicado. Optei por cursar medicina na USP, pelo simples fato de que, se eu não gostasse da faculdade, era muito mais fácil tentar passar em direito ou engenharia de novo do que em medicina.

Comemorando a aprovação com o querido Professor Heinz

Comemorando a aprovação com o querido Professor Heinz

Comecei o curso de coração e mente abertos, e o final dessa história não poderia ser mais feliz: me apaixonei perdidamente por medicina, e agora tenho certeza absoluta de que fiz a escolha certa.

Queria fazer mais algumas observações que eu gostaria que alguém me tivesse dito naquela época. Eu me pressionava muito com o fato de ter que “fazer uma escolha para o resto da minha vida”. Meu amigo, isso não existe: é uma carreira, não uma tatuagem. Sempre é possível tomar outro rumo, e ser ainda mais feliz por isso. Tenho vários amigos que fazem medicina comigo que já são formados em direito, engenharia, física, medicina veterinária. E o oposto também não é incomum: médicos que decidem mudar de profissão. Pessoas que se formaram, começaram a trabalhar e perceberam que queriam algo diferente. Eu morria de medo disso aos 17 anos, queria realizar a escolha certa logo de primeira, e tive a sorte, creio eu, de o ter conseguido, mas se não tivesse, qual o problema? O fato é que tudo se ajeita no final das contas. Na época, essa dúvida me consumia e parecia o fim do mundo, mas hoje sei que não há nada mais normal do que não saber se você quer ser médico se você nunca estudou medicina, não é mesmo?

Um dos primeiros dias de aula na USP

Um dos primeiros dias de aula na USP

E, por mais que seja improvável no meu caso, se um dia a medicina não me agradar mais, não terei problemas em escolher outro rumo. De qualquer modo, se me questionarem hoje em uma festa de família o que eu quero ser quando crescer, a resposta será sempre a mesma: quero é ser feliz! Todo o resto encaixa-se, mais cedo ou mais tarde.

Tudo bem não ter todas as respostas… é a vida que ainda não fez todas perguntas!

Até breve!

Carol Martines

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Carolina Martines estudou no Colégio Bandeirantes de 2006 até 2012. Em 2013, foi aprovada em primeiro lugar na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), mas optou por cursar medicina na Universidade de São Paulo (USP). Depois de concluir os quatro primeiros anos da faculdade no Brasil, foi aprovada em um programa que a Faculdade de Medicina da USP tem com a Harvard University. Este programa seleciona estudantes que terão o privilégio de ser alunos de Harvard por um ano, trabalhando com pesquisa científica.

“Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir.”. (Napoleão Bonaparte)

 

 

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