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06/11/2014

Réquiem em dó maior

#Prata da casa #Produção de alunos

Réquiem em dó maior

Publicado em 06/11/2014 07:11

“Tudo acontece, menina,
E não é importante, menina,
E nada fica nos teus olhos.” – Carlos Drummond de Andrade

Um dia, talvez, no auge da dor, eu consiga escrever alguma coisa coerente, ou, quem sabe, precise da mais pura paz do universo, a paz das estrelas no céu, do barulho das ondas, da tua musica favorita… Não sei. E seria inútil saber, improvável também. Tal coerência simplesmente não existe quando se fala de você (e eu nunca entendi aquelas malditas constelações!).
Nem sei direito o que escrevo agora, só sei que passaria horas escrevendo, dias até! Poderia escrever uma lista de conselhos sobre o que não fazer da tua vida. Poderia compor, agora mesmo, uma mansa canção de ninar para tornar tuas noites de insônia ao menos suportáveis. Poderia contar historias…
Contar como te conheci. Contar que serias a mais linda com a saia longa que vi na vitrine semana passada. Contar que pensar na tua voz era confortável até quando doía. Contar das horas gastas tocando violão e me afogando em tua prisão. Contar do vício, do MPB, e dos livros. Contar da bipolaridade, do ódio e das flores, dos gritos de desespero no meio do caos da tua mente e da minha. Contar dos quadros, dos desenhos, do vento que eu procurei por meses pra te mostrar. Contar da filosofia. Contar de como era possível derreter minha vida apenas te observando, da tua frieza e do teu egoísmo. Contar que cantei o mais alto que consegui. Contar como enlouqueci entre o teu cheiro nos meus sonhos e tua real distância. Poderia escrever qualquer coisa, e não faria sentido ou não teria um verdadeiro significado, pelo menos pra você.
Talvez, para chegar aos teus pés, eu devesse parar de sentir. Sabe? Parar de deixar meras emoções invadirem minhas obras, minhas opiniões, minhas ações, minha vida. Experimentar o gosto da minha vida sem gosto. Talvez eu precise aprender a ser perfeita, a fazer tudo perfeito, sem sentir nada. Nada. Fazer arte sem sentir, quem sabe…
Estás condenada à falta de amor e afeto, menina, e o pior: estás condenada a amá-la. Tudo acontece, vida acontece, mas nada aqui fora te atrai, e nada fica, nem nunca ficará. Teus elogios, tua segurança, teu platonismo, meus olhos, nada. Nada além da mais que amada solidão. Nem tu, menina, fica nos teus olhos.
Faz tempo que não te vejo por aqui…
Adeus.

Marcella de Azevedo Vieira (antiga Clarissa Dalloway) – 3H3

PS: Fico feliz em revelar meu nome (não que fosse surpresa pra muita gente), e na verdade, não quero perder muito tempo falando do meu próprio pseudônimo. A Clarissa Dalloway é uma das minhas personagens favoritas, criada por uma das minhas escritoras mais queridas, mas chega. É isso, sou eu, e nunca fez sentido ser Clarissa Dalloway. Daqui pra frente, Marcella Azevedo e só.

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