Determinados temas de História Geral sempre despertam a curiosidade das pessoas. Um deles é o nome de uma sociedade secreta nascida no século XIX nos Estados Unidos, e que poderia rivalizar com o partido nazista se tivesse sido formada no século XX: a Ku Kulx Klan. Quanto cito esta organização nas aulas sobre os Estados Unidos, deixo claro que eu não sei nada sobre este nome e que também não tenho curiosidade sobre isso. Entretanto, semana passada, em uma aula na 3H1, eu disse que se alguém fosse atrás e econtrasse algo sobre isso, eu publicaria no blog. Pois bem, a Maria Alice, da 3H1, escreveu um texto sobre isso. Bem, promessa é dívida. Maria Alice, aí está seu texto, e obrigado.
” É raro hoje em dia encontrar quem não tenha ouvido falar na Ku Klux Klan, sociedade secreta racista que pregava a ‘supremacia’ branca no sul dos Estados Unidos pós-Guerra de Secessão. Entretanto, quem sabe dizer de onde vem esse nome peculiar ou o que ele significa? Diante de um assunto tão delicado como o racismo exacerbado e o terror imposto por esse grupo (não só no passado como ainda hoje), essa curiosidade é muitas vezes deixada de lado.
No estado do Tenessee, por volta do ano de 1865, os sulistas, enlouquecidos com a decisão do governo do norte (vencedor da guerra civil) de dar a cidadania aos seus ex-escravos negros, começam a sentir uma ameaça à influência e poder político dos brancos de sua região; evidentemente, havia mais de três milhões de negros (agora livres) em coexistência com seus antigos patrões, com os mesmos direitos políticos e cidadania que estes. Não seria complicado, portanto, que paulatinamente fossem eleitos novos legisladores negros e que estes obtivessem um espaço considerável no governo e nas decisões do Estado, algo aterrorizante para a elite branca e racista.
Nessas condições, o ódio e o anseio por reafirmar sua autodeterminação levaram os sulistas a impedirem a integração social de seus ex-escravos a qualquer custo: nasce, por fim, o grupo Ku Klux Klan. O nome origina-se da palavra grega kuklos (círculo) e do inglês clan (clã). Há quem considere, no entanto, que o nome seja na verdade uma onomatopeia para o som ao carregar-se um rifle; o que não impressiona, uma vez que os membros da supremacia branca não demonstravam misericórdia ao expressar seu ódio aos negros com quem conviviam. Aliás, muito além dos negros, perseguiam-se também os brancos que se acomodassem com as novas condições, dificultando seu acesso ao mercado, às terras e à convivência com seus conterrâneos. Nesse contexto, recorrer às autoridades era quase que impensável: nunca era possível saber quem era e quem não era pertencente à seita. Restavam, então, somente duas opções: migrar para outras regiões ou adaptar-se às ideologias impostas.
Por volta do ano de 1870, a KKK foi considerada um grupo terrorista e banida dos Estados Unidos (o que, entretanto, não impediu sua volta no século XX). Apesar de não existir mais formalmente, nos anos que seguiram as cicatrizes deixadas por suas medidas atrozes continuaram a influenciar o cotidiano e o preconceito racial nos estados do sul, no chamado ‘Império Invisível’.”
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