Bem, parece que a novela que se arrasta desde 2001 chegou ao fim. O sujeito mais procurado do planeta, Osama Bin Laden, parece ter sido eliminado por um comando de soldados norte-americanos, numa operação que deve ter custado tanto quanto uma guerra e envolvido bastante gente. Os jornais de vários tipos mostraram a festa que muitos norte-americanos fizeram para comemorar, inclusive na frente da Casa Branca. O presidente Obama, aparentemente tão sensato, afirmou que o mundo ficou mais seguro depois da morte de Bin Laden.
Se este episódio ainda está cercado de muitas dúvidas (além de não mostrarem qualquer evidência material, até jogaram o cadáver no mar, pedindo que aceitássemos a palavra do governo norte-americano sobre a veracidade do ocorrido), abre espaço para uma reflexão importante sobre o papel dos personagens na História. Ele foi transformado em um personagem importante da História quando os meios de comunicação de massa lhe atribuíram a responsabilidade pelo ato bárbaro do ataque à torres gêmeas em setembro de 2001.
Mas, até que ponto um único indivíduo é capaz de promover sozinho atos que sejam capazes de exercer grande influência no curso dos acontecimentos mundiais? Os personagens (ou as personagens?) têm mesmo tanta influência e importância? É o indivíduo ou o coletivo o protagonista da História? A superexploração da figura de Bin Laden pelos meios de comunição confirma ou contraria tudo que aprendemos sobre a História durante tanto tempo? Deixo para quem esteja lendo estas linhas opinar sobre assunto tão complexo.