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08/05/2015

Sobre a imprevisibilidade da vida

Sobre a imprevisibilidade da vida

Publicado em 08/05/2015 18:42

Eu nunca quis fazer intercâmbio. Verdade, nunca mesmo. Desde o Band que minha mãe investe, até então sem nenhum sucesso, na missão de me convencer a favor do intercâmbio. Foi então, no começo de 2014, que, depois de um diagnóstico de hérnia de disco e outro de endometriose com indicação cirúrgica, eu mudei de ideia. E qual foi o motivo? Simplesmente porque eu percebi que a vida é imprevisível, de um jeito assustador, mas muito bom.

Eu não queria mudar de país porque achava minha vida ótima no Brasil (que discurso vergonhosamente comodista, eu sei). Mas ai, eu percebi que, por melhor que as coisas estejam e, por mais que você se programe, se organize e se esforce para controlar a sua vida, a vida é quase totalmente incontrolável. Tem coisas que, por mais que a gente queira, não estão nas nossas mãos e só cabe a nós aceitar (e, não, isso não é um discurso comodista).

Foi assim com os meus diagnósticos: não dependia de mim. E foi ai que eu percebi que a gente não tem ideia do que pode acontecer com a gente amanhã e que, por isso, a gente deve aproveitar toda e qualquer oportunidade ainda hoje. Também é por isso que eu deixo um conselho aqui: não se fechem a nada. Hoje pode não fazer sentido, mas, amanhã, quem sabe..

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E foi por isso, mais uma vez, que ontem eu terminei o dia indo velejar.  Porque a vida é totalmente imprevisível. Eram 3:30 da tarde e eu já tinha, como raramente acontece, terminado o trabalho aqui no laboratório. Fui na cafeteria tomar um café com uma amiga antes de ir pra casa, quando o cara da mesa do lado fala “oi, eu lembro de você da palestra da semana passada”. Começamos a conversar, eu, ele, a minha amiga e a amiga dele. Quando eles foram se despedir, ele disse “tchau, estamos indo velejar”, ao que eu respondi “que legal ! quero muito experimentar um dia”. Ao que ela, por sua vez, respondeu “o que vocês vão fazer agora?” e nos convidou para ir junto. Eu, de cara, topei. Velejamos por duas horas no Charles River (o rio que divide Boston de Cambridge) e, depois, ainda fomos jantar num Pub com eles. E foi ai que eu me relembrei o quanto a vida é imprevisível. Ontem tinha tudo para ser mais uma quinta feira normal, mas eu terminei meu dia velejando num lugar maravilhoso com duas pessoas teoricamente desconhecidas.

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E, na verdade, essa é a graça de tudo. Perceber que, do nada, tudo pode mudar, pode, sim, dar um medinho. Mas, no fundo, é isso que torna a gente vivo de verdade. E, se eu posso deixar um conselho pra vocês é: não se fechem a nada, deem pelo menos a oportunidade de conhecer, se deixar gostar e experimentar, porque a vida reserva pra nós muito mais do que a gente imagina, só cabe a nós nos permitir (meu momento clichê, me deixem). Eu sei, eu sei, se conselho fosse bom, eu teria ouvido minha mãe e feito intercâmbio bem antes, mas não ficaria em paz se eu não deixasse esse conselho por aqui.

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