O que fazer quando tudo dá errado? Quando parece que vc chegou num ponto de um labirinto que não tem saída? Quando os seus resultados não fazem sentido? Pois é, pesquisa às vezes é assim.
Fizemos 3 experimentos. O 1o experimento contava com análises dos dados de 4 ratinhos: 3 deles deram errado (as células estavam mortas) e 1 deu certo. No 2o experimento, todas as análises dos ratinhos deram certo. No 3o experimento, todas deram errado. E agora? O que erramos? O que acertamos? Ninguém sabe. Como prosseguir? Tentativa e erro? Mas quais variáveis trocaremos, quais valem a pena manter? São TANTAS possibilidades! Por onde começar? Pois é… estas foram algumas das perguntas que eu e o meu grupo de laboratório tentamos insistentemente responder na nossa última reunião.
A minha sensação é como se estivéssemos jogando “batalha naval”: damos vários “tiros no escuro”…até que, de repente, acertamos um “fogo” em um ponto do navio oponente…com isso, temos algumas pistas de quais serão as próximas tentativas… mas há, ainda assim, mais 8 possibilidades de “tentativa e erro” para onde direcionar os próximos passos. Uma vez “concluído” um navio, hora de começar a atirar no escuro de novo para tentar encontrar outro navio. Mas…e quando vc acerta um “fogo” mas os outros 8 pontos em volta são todos “água”? Onde está o resto do navio? É um “navio de um ponto só”? Não faz sentido…há algo errado… ou aquele ponto inicial que aparentemente era um “fogo” na verdade é “água”… ou algum dos outros 8 pontos que aparentemente eram “água” é na verdade “fogo”. Por onde começar a procurar o erro?
Bom… felizmente, apesar da minha aparente exasperação, todos mantivemos a calma… Depois de uma longa reunião com outros especialistas no assunto, propusemo-nos algumas mudanças para as novas tentativas. E adivinhem só… na semana seguinte, tivemos novos resultados: todos eles deram certo! =D Parece que finalmente voltamos a dar tiros de “fogo” ao invés de somente “água”! Agora, quando terminarmos este “navio”, basta respirarmos fundo para, novamente, começarmos a dar os nossos próximos “tiros no escuro”.
É…afinal, ao que parece, pesquisa é mesmo assim…uma batalha naval!