Recebi o seguinte texto do Rodrigo da 3H1. Leiam e reflitam sobre.
“Aproveito o embalo das aulas de História do Brasil e Geral sobre Estado Novo, Guerra Fria e outros temas, para colocar em cheque uma questão que percebo resistir até hoje e consequentemente, existente na minha geração.
O que é o comunismo?
Já se debateu muito, mas talvez não o suficiente para que certos pontos, para os meus contemporâneos, fossem esclarecidos.
E não que esse texto irá necessariamente esclarecê-los, mas no mínimo extravasar algo que percebo.
Talvez boa parte saiba que o comunismo é um passo além do socialismo e que é caracterizado, principalmente, pela ausência de um Estado e pela presença de uma sociedade igualitária. Entretanto, ainda existe o mito do comunista marginalizado pela alcunha de ‘devorador de criançinhas’.
Ou senão, uma ideia vaga dessa coisa, que uns já chamaram de utópica e outros de ‘a’ solução.
Atribuo isso, a meu ver, a alguns fatores.
Primeiro, ao fato de não termos presenciado uma manifestação de vida desse ‘ser’ chamado Comunismo. Pelo menos, jamais enquanto realidade. Somente nos livros e manifestos. Se existisse uma grande força comunista ativa no país se saberia mais a respeito e não o encararíamos como uma entidade que um dia já rondou estas bandas ou como um monstro do armário.
Segundo, a ideia original de comunismo já foi reformada e revolucionada inúmeras vezes. Cito formas que contribuíram para uma concepção distorcida da ideologia comunista como o stalinismo e o maoísmo, que, em minha opinião, divergem em sérios pontos da origem e não podem ser encarados como o comunismo e, portanto, não são exemplos passíveis de julgamento e formação de opinião.
Terceiro, os tempos são outros, o comunismo ainda pode ser atual, vide a marginalização do terceiro mundo e sua subjugação ao primeiro, mas o contexto em que foi concebido é impraticável atualmente. Porém, tem gente que resiste em pregar a revolução do proletariado.
E o mais curioso é que essas pessoas da minha idade, que encaram os comunistas de maneira indiferente ou o reconhecem como ‘devoradores de crianças’, vivem justamente em uma era de exploração. A era do capitalismo feroz, que já foi pior, mas tem suas barbaridades e poderia ser confrontado com o ideal de igualdade ou de justiça social do comunismo.
Por isso, por mais que me pareça justificável, é estranho que alguns mitos do comunismo ainda resistam, sendo que suas ideias permanecem atuais.
Espero ter ido um pouco além da teoria vista e revista e transparecido uma opinião meramente interpretativa, longe da especificidade.”
Rodrigo Dantas Valverde, 3H1.