Chegou daquela vez como se fosse a última,
Ligou pra cada amigo como se fosse o único,
Lembrou de toda a dor como se fosse límpida,
Chorou escondida como se fosse tímida
E se livrou de tudo como se fosse mágica…
Então se despiu e dançou em frente ao espelho como se ouvisse música (ao som de Chico Buarque). Dançou e dançou… Sonhou ser Carolina, Beatriz, Cecília, Lola… Lígia.
Quando os músculos das pernas já não aguentavam mais e seu coração batia aceleradamente, sua garganta amargou. Só teve tempo de correr até o chuveiro e ligar a água mais quente que pode sobre si, queimando pele e espírito. Então…
Ergueu ao seu redor quatro paredes sólidas,
Tijolo com tijolo e um objetivo trágico,
Seus olhos cheios de nada além de lágrima.
Amou daquela vez
Foi a última.
Lígia Vergueiro (pseudônimo – turma 2013)