Biblioteca Nacional completa 200 anos de portas abertas ao público
A Biblioteca, fundada em 1810, teve, em seus primeiros meses, acesso franqueado apenas à Família Real. O privilégio caiu por ordem do então príncipe-regente D. João VI, que dispôs as 60 mil peças do acervo a pesquisadores da Corte – desde que autorizados por ele. A trajetória dos frequentadores entre as estantes será lembrada, na semana que vem, em uma mostra no saguão da biblioteca.
Além dos ilustres como Benjamin Constant, João Caetano e Manoel Antônio de Almeida, a instituição contava com uma penca de indesejados – e não fazia questão de esconder seus nomes. Avisos como “prohibida a entrada de Aarão Ackermann e David Vieira, por haverem retalhado e subtrahido paginas de livros que lhes foram dados para consulta.
A entrada da instituição na associação mundial, assim como o seu próprio site, são amostras de que a Biblioteca Nacional não briga com o futuro. A digitalização do acervo foi iniciada em 1982 e não termina tão cedo – afinal, 100 mil novos títulos dão entrada na instituição anualmente, e as fichas manuscritas do século XIX ainda não foram aposentadas.
Fonte: GRANDELLE, Renato. Jornal O Globo, 13 maio 2011.