O que me torna uma ser humana é a imperfeição, a acidental mancha de café numa folha em branco que torna charmoso o plano vago e maçante. É o que me torna carismática, uma mera mortal errática. Patologia, distúrbio, disfunção. Esse hábito repugnante da rotulação. Por que se esforçam para mudar a minha natureza? Desejam me inibir de ser eu mesma? Doutor, caro Doutor, em um mundo onde criminosos, injustos e perversos são abundantes, que mal faria mais uma “errante”?
Natacha Cho, 3H3