Recentemente, a professora de História Daniela Molina defendeu a sua tese de Doutorado pela USP. A pesquisa “Narrativa e produção do conhecimento histórico no Ensino Fundamental no contexto da pandemia” teve como objetivo estudar as narrativas produzidas por alunos entre 12 e 13 anos a partir das experiências vividas no contexto da pandemia do Coronavírus e assim expressar a forma como esses estudantes articularam as diferentes temporalidades e mobilizaram o pensamento histórico na construção de conhecimento.
Segundo Daniela, nas últimas décadas, a narrativa vem perdendo o seu papel como ferramenta didática e tem se tornado o elemento no qual o ensino está passando a se estruturar e se materializar. “O meu estudo buscou analisar as narrativas produzidas pelos alunos no contexto da pandemia para entender como eles organizaram as suas experiências em relação ao tempo, os sentidos que atribuem a elas e os efeitos que essas experiências produziram neles, portanto, eu analisei o desenvolvimento da consciência histórica”.
Dessa forma, tal consciência histórica, segundo a professora, seria a capacidade dos estudantes de construírem narrativamente os sentidos de suas vivências durante a pandemia, em confronto com as experiências do passado, vividas ou aprendidas. “Como professora de História, eu defendo a tese de que é muito importante que as experiências vividas por esses alunos sejam resgatadas, valorizadas e colocadas em diálogo com o conhecimento científico, no espaço da sala de aula”, relatou. “As narrativas do que os alunos viveram são elementos importantes dentro do campo da História porque é no contato dessas narrativas com as narrativas das experiências do passado que esses alunos vão construir sentido e significado ao conhecimento histórico e vão poder aplicá-lo à vida prática, que é o grande objetivo da nossa disciplina”.
