A Olimpíada Brasileira de Física é uma das mais tradicionais competições científicas de conhecimento. Por conta da pandemia, assim como ocorreu em 2020, a edição de 2021 foi realizada de forma totalmente remota. A OBF possui provas diferentes dependendo da série do aluno. A competição é composta por quatro etapas, sendo três fases teóricas e uma experimental. Por conta disso, a Olimpíada foi realizada ao longo de meses. A fase inicial foi no dia 25 de setembro de 2021 e a fase experimental foi apenas no dia 29 de janeiro de 2022.
A 1.a fase é uma prova de múltipla escolha e eliminatória. Apenas os melhores alunos avançam para a fase seguinte. A 2.a, também eliminatória, é uma prova dissertativa. Os alunos precisam resolver as questões e enviar fotos de suas resoluções para serem avaliadas. A 3.a é classificatória e funciona da mesma maneira que a anterior, mas com questões muito mais sofisticadas.
A novidade deste ano foi a fase experimental, que seria tradicionalmente realizada nos laboratórios da USP. Com a pandemia, em vez de os estudantes irem até o laboratório, a OBF disponibilizou um simulador computacional. Alterando vários parâmetros desse simulador, os alunos coletavam os dados, como se fosse um experimento virtual. Em seguida, eles fizeram análises estatísticas destes dados e os resultados deviam ser explicados e comparados com os esperados pelos modelos teóricos. Os alunos ainda tiveram que enviar fotos dos dados, análises e conclusões para serem avaliadas.
O professor Alberto, de Física, explica que os conteúdos cobrados na avaliação vão muito além daqueles dos vestibulares tradicionais, aproximando-se mais a vestibulares especializados como o ITA ou o IME. “Ao longo de todo o ano, os alunos tiveram aulas preparatórias semanais, ministradas por mim. Nelas, abordamos conteúdos mais avançados, resolvendo vários exercícios. Os alunos demonstraram grande dedicação durante todo o ano, acompanhando assiduamente as aulas extras de física.”.
O professor também lembrou que a UNICAMP oferece vagas em vários de seus cursos para alunos medalhistas de olimpíadas de conhecimento. “É uma forma de ingresso alternativa, ainda com poucas vagas. Se o aluno optar por isto, pode entrar na faculdade sem a necessidade de prestar vestibular. A OBF é uma das olimpíadas aceitas para vários cursos de exatas. A USP também ofereceu vagas olímpicas em 2020 e a OBF também foi aceita na ocasião. Nesses casos, uma medalha de ouro numa olimpíada nacional como a OBF tem bastante valor.”.
Foram cerca de 40 estudantes do Band que participaram da OBF e, dentre eles, quatro foram medalhistas. Foram duas medalhas de bronze para Beatrice Park Andrade e Guilherme de Arêa Leão e duas de prata para Henrique Schurig Fernandes e Guilherme Lloret Cavalcante. Fica a menção honrosa aos alunos Eduardo Cupperman, Thomas Schiller, João Paulo Nascimento e Tomás Forastieri, que também conseguiram resultados expressivos.