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“Provas do Silêncio”: confira os detalhes do documentário produzido pelo Coletivo Tuíra

Publicado em 18/06/2021 11:23

Neste mês, o Coletivo Tuíra lançou o documentário “Provas do Silêncio”, dirigido pelas alunas já formadas no Band Clarisse Cecconi, Maria Prista e Giselle Linhares, bem como a professora do CineColband Júlia Alquéres e a professora de Português Cátia Pereira. O filme conta com entrevistas feitas com 16 professoras de diversas escolas e aborda temas como discriminação de gênero, maternidade compulsória e assédio, trazendo diferentes perspectivas sobre a temática e depoimentos de experiências vividas pelas participantes.


“A ideia inicial era fazer um curta, que seria produzido e pensado melhor durante as férias, mas a coisa foi tomando forma e, com ajuda da Júlia, o filme se tornou um trabalho de três anos (2018-2021), um documentário em formato de entrevista com professoras de dentro e fora do Band, visando abordar diferentes contextos sobre a questão, trazendo mais diversidade e representatividade para o Feminismo.”, conta Clarisse sobre as diferenças entre o que se planejava e a proporção que o projeto tomou. Maria também afirma ter se surpreendido com o desenlace do filme. “Eu tinha uma ideia em relação ao projeto que se mostrou muito distante do resultado final, o que foi a melhor parte. Achava que o processo seria linear e definitivo, mas, conforme avançávamos, a narrativa se construía e mudava diversas vezes a partir das participantes.

Giselle, ao falar da produção do documentário, cita sua principal dificuldade e como isso impactou no processo. “Desde o início, tínhamos uma ideia concreta do que queríamos fazer e só fomos polindo. Procuramos referências para basear nosso curta e, por incrível que pareça, não achamos nada. Mas isso apenas nos motivou mais. Tenho muito orgulho do nosso projeto. Acho que cresci muito com ele.”. As três alunas também demonstraram grande admiração pelas professoras e ressaltaram, a todo momento, não apenas que se sentem honradas em ter vivido esses momentos com elas como também que passaram a ter outra perspectiva sobre o Feminismo e sobre a vida de modo geral após esses anos.

Júlia também fala sobre como foi a produção do “Provas de Silêncio”. “Montar o filme foi uma parte extremamente longa. Eram mais de 16 horas de entrevistas gravadas e contamos com seis colaboradores para fazer uma primeira seleção. Depois, Clarisse, Maria e Giselle começaram a pensar em qual seria a narrativa. Tentei ser uma facilitadora desde o início. Ainda assim, não foi simples encontrar e escrever a história e montar o filme, especialmente porque essa parte final foi feita já em 2020, à distância.”. Ela também conta sobre a relevância do documentário e do Movimento Feminista como um todo. “É um trabalho muito importante e que precisa ser contínuo, porque o problema ainda é enorme. O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo. São 13 por dia, segundo o Mapa da Violência. As mulheres já foram muito silenciadas para sustentar essa narrativa separatista e violenta que criou o mundo machista em que vivemos. Mas isso está mudando. As histórias das mulheres estão sendo contadas.”

“O documentário ‘Provas de Silêncio’ é mais que o resultado de uma ação do Coletivo Tuíra. É a explicitação do processo que usamos em todas as ações: necessidade de se falar sobre um tema, pesquisa e discussão sobre ele, escuta ativa das pessoas que o vivenciam e construção de algo a partir disso tudo, de modo a sensibilizar e provocar a reflexão das pessoas além do coletivo.”, explica Cátia, que faz questão de deixar clara a relevância do filme. “Nele, é discutida a desigualdade de gênero, algo grave, mas que nem sempre é percebido e que precisa ser combatido. O documentário mostra 16 professoras não só do Band como de outros colégios que expõem suas experiências negativas no espaço escolar pelo simples fato de serem mulheres, como discriminação e assédio, mas também aborda estratégias para atingir a equidade de gênero. É denúncia. É proposição. É conclamação para uma luta que beneficia toda a sociedade. Essa é sua importância.”.

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