Na eletiva de Física Aplicada à Medicina e aos Esportes, da 3.a série, há uma aula dedicada à dança, em especial ao ballet clássico. Nessa aula, na versão presencial, a professora de ballet clássico Viviane Godoi costumava vir ao Band para ministrar uma aula em codocência com os professores de Física Fernanda Sodré, José Ortega e Pedro Zen. Sob a orientação da bailarina, os alunos realizavam e testavam movimentos do ballet, ao mesmo tempo em que os professores faziam uso de leis e conceitos físicos para traduzir e interpretar passos como pirouttes, fouttés, balances, arabesques, etc.
Também havia, presencialmente, a realização de uma atividade com os alunos, colocando-os em cadeiras giratórias, a fim de promover uma vivência prática de conceitos fundamentais como inércia, centro de gravidade e conservação do momento angular.
Neste ano, a aula foi planejada e realizada de forma remota. A professora de ballet gravou um vídeo explicando técnicas de equilíbrio e de giros. O vídeo foi pausado algumas vezes, a fim de que fosse alternado com as falas da professora Fernanda, justificando técnicas e movimentos do ponto de vista da Física.
Com relação à atividade da cadeira giratória, o professor Ortega foi filmado realizando-a, e as explicações da Física foram gravadas no mesmo vídeo.
“Um dos ganhos dessa versão remota que tivemos foram as perguntas feitas pelos alunos. Pelo fato deles terem mais tempo para elaborá-las, obtivemos perguntas muito inovadoras e interdisciplinares, que não estão presentes em nenhum livro. A professora de Ballet respondeu algumas, mais direcionadas às técnicas da dança. Eu e os outros professores nos reunimos e discutimos a Física envolvida nas situações questionadas. Foi uma alegria poder contar com minha experiência no Ballet para somar com nossos argumentos físicos.”, conclui Fernanda Sodré, professora de Física.
Por fim, os alunos realizaram um quiz sobre essa aula gravada e enviaram, numa pasta de entrega, perguntas muito interessantes para a professora de ballet.
Algumas das perguntas mais curiosas e criativas foram escolhidas e respondidas em vídeo, dentre elas:
É mais fácil ou mais difícil girar com a sapatilha de ponta ao invés da normal, por conta de a de ponta ter uma superfície de contato menor com o chão?
A primeira lei de Newton fala sobre a inércia, isto é, um corpo em movimento tende a permanecer em velocidade constante. Ela pode ser associada ao movimento de giro das bailarinas, na minha concepção, mas é possível associar a primeira lei de Newton a outro movimento do Ballet? E a respeito da segunda e da terceira lei de Newton, tem algum movimento que pode ser pertencente ao princípio dessas respectivas leis?
Por que é necessária tal elaboração – como a preparação, a colocação e o distanciamento dos pés, por exemplo – para os giros? Tem alguma relação com o impulso do mesmo? A posição dos braços no plano vertical – se os braços estiverem muito para cima ou muito para baixo – interfere na qualidade do giro/ no giro como um todo? Se sim, como?
Conhecer a teoria por trás de uma dança, ou seja, estudar a física dos movimentos, ajuda a aprimorar a prática deles? Teoria e prática andam juntas ou há uma barreira muito grande entre as duas?
As respostas para tais perguntas serão publicadas na próxima semana.