Ao longo do primeiro bimestre de 2021, cada aluno do 9.o ano foi convidado a construir seu próprio observatório lunar, dentro de seu quarto, utilizando apenas post-its e o aplicativo de realidade aumentada StarWalk 2. Durante um mês, os estudantes observaram a Lua diariamente e demarcaram sua posição através do aplicativo, em um horário fixo estipulado por eles, utilizando os post-its. Ao final da atividade, os resultados e observações foram apresentados em um relatório.
O professor de STEM Gabriel Steincke conta: “De forma geral, os alunos trabalharam muito bem. Eles seguiram a proposta e tivemos retornos que nos permitem concluir que eles realmente se dedicaram e realizaram todas as tarefas. Isso não se traduziu só na entrega final, mas ao longo de todo o processo, já que eles vinham tirar dúvidas e comentar. Ficamos muito felizes ao ver que o projeto saiu de acordo com o planejado.”.
Um ponto importante é o quanto o experimento auxiliou os alunos na compreensão do conteúdo trabalhado em sala. “Quando tratamos desse assunto nas aulas, vimos que eles conseguiram aplicar o conhecimento na prática. Os relatórios também apontam ótimos resultados, incluindo diversas fotos. Tivemos até alguns alunos que utilizaram telescópios, com ajuda dos pais, para observar a Lua.”, conta Gabriel. Outro ponto a ser destacado pelo professor foi o envolvimento das famílias dos alunos com o projeto.
“Esse projeto trouxe aos alunos um entendimento em relação a fenômenos que, mesmo acontecendo todos os dias e estando presentes em seus cotidianos, nunca haviam parado para pensar. Os estudantes com quem conversamos em plantões nos trouxeram um feedback muito positivo, afirmando que, embora tenha sido trabalhoso, gostaram bastante. Os alunos passaram por um longo processo de observação científica com muitos obstáculos superados e alternativas criadas para dificuldades que tinham e que envolveu tanto eles próprios quanto os pais.”, finaliza Gabriel.
A aluna Júlia Távora, do 9.o ano, afirma: “O projeto ‘Meu Observatório Lunar’ foi um dos mais interessantes que já realizei! Como todo experimento e trabalho, enfrentei algumas dificuldades. Tiveram dias em que os post-its não ficaram no lugar esperado, muitas vezes eles caíam, não conseguia observar a Lua devido ao tempo nublado ou deixava de fazer a observação no horário em que tinha determinado. Mas, mesmo assim, foi um projeto que ampliou nossos conhecimentos e nos mostrou muitas coisas que vínhamos aprendendo ao longo do 1° bimestre na prática. No quesito de observação dos corpos celestes, especialmente a Lua, posso dizer que obtive certo privilégio por ter um telescópio em casa. A minha família, por sua vez, também se envolveu com o projeto, uma vez que passou a observar e se interessar pelo assunto.”.
Seu pai, João Távora, comenta: “Algo interessante que auxiliou as observações para o projeto foi que já tínhamos um telescópio. Não usávamos especificamente para observar a Lua, porém, era algo que estava há algum tempo parado na nossa casa. Foi neste momento que nossa 1.a experiência neste projeto como família começou, consertando o telescópio para poder utilizá-lo novamente. O segundo momento muito legal foi quando a Júlia nos mostrou o StarWalk 2, um aplicativo que indica a posição da Lua e de todos os corpos celestes, além da do Sol e de satélites. Depois do encerramento do projeto, ficamos mais interessados e passamos a buscar saber mais sobre os corpos celestes. Semana passada, por exemplo, ocorreu o fenômeno da Lua Rosa e ficamos todos muito animados para vê-la. Agora, o telescópio não sai mais da varanda e virou uma rotina na família sempre dar uma olhadinha e dizer um ‘boa noite’ para a Lua.”
Para a aluna Daniela Vanetti, 9.o ano, a equipe de STEM adaptou muito bem suas atividades ao ensino remoto. “Eu pude pensar a Ciência no dia a dia e relacionar conceitos da aula com a minha realidade. Além disso, fiz combinados com a minha família para que o projeto pudesse funcionar com a colaboração de todos. Algo primordial que aprendemos foi a própria questão dos resultados. Tinham vários fatores que poderiam gerar uma margem de erro, seja o aplicativo, o horário fixo, a interferência humana, e isso mostrou que ter o resultado esperado não é o mais importante da pesquisa científica, mas sim saber interpretá-lo, de modo que os professores nos deram as ferramentas para fazermos isso. Esse projeto fez com que nós, alunos, percebêssemos que o que nós aprendemos em aula poderia ser observado no dia a dia”, comenta.