Em 2020, o Band adaptou todas as disciplinas para o ensino remoto e com o STEAM não foi diferente. No entanto, o sucesso foi tamanho que o projeto “Produção de Hidrogênio a partir da Eletrólise”, dos alunos da 2.a série Gabriela Rodrigues, Júlia Aiko e Rodrigo Alvarez, que se mudou de país na metade do ano, orientado pela professora de Química e STEAM Carol Zambrana, foi selecionado para a feira de ciências FEBRACE deste ano.
“O segundo ano de STEAM trabalha a iniciação científica com os alunos. Começamos o ano sensibilizando os alunos quanto ao resultado das ações antropogênicas como a poluição, a falta de recursos naturais, entre outros. Assim, eles são convidados a pensar na exploração espacial, ou então em soluções sustentáveis para a Terra. O grupo optou pela produção de um combustível limpo, formado a partir da eletrólise da água que produz gás hidrogênio.”, explica Carol Zambrana.
Ela conta, ainda, que como início da pandemia, todos tiveram de encarar muitas mudanças: “A proposta inicial era que os alunos pesquisassem em fontes confiáveis sobre os assuntos que mais lhes interessassem para pensar em um projeto. Então, começou a pandemia, e tivemos de nos adaptar com menos recursos, de modo que muitos grupos até mudaram de tema.”. No entanto, esse processo de adaptação acabou por ser muito enriquecedor: “Os alunos passaram a olhar recursos do dia a dia, pensar em como utilizá-los de outras formas.”, explica.
O desenvolvimento desse projeto se deu através do grafite. “Eles foram se adequando às circunstâncias, fizeram uma pesquisa muito intensa, tiraram muitas dúvidas durante o processo de construção do sistema e elaboração do relatório. Mesmo em casa, foi possível armazenar o sistema e até mesmo ver as bolhinhas de hidrogênio saindo.”, conta Carol.
Os grupos apresentaram seus trabalhos no festival STEAM e receberam feedbacks que permitiram implementar várias melhorias. Sobre isso, Carol conta: “Oferecemos ao grupo o convite para se inscrever na FEBRACE e então começamos a trabalhar nessa inscrição. Durante o mês de dezembro, as alunas fizeram alterações no relatório científico, implementando aspectos do feedback que haviam recebido na feira.”.
Neste mês, foi recebida a notícia de que o projeto havia sido selecionado. “A Febrace é um congresso nacional muito grande e a participação dessas alunas é algo maravilhoso. Isso veio como uma consolidação de todo o esforço empenhado pelo grupo durante 2020, além de reconhecer o trabalho de iniciação científica que o Band oferece aos alunos, mesmo de forma remota. A pandemia levou a uma transformação do STEAM e a Febrace vem para mostrar o sucesso que tivemos com isso”, finaliza a professora.
A aluna Júlia Aiko, da 2.a série, compartilha um pouco de sua experiência: “Por conta da pandemia, não foi possível padronizar os materiais entre os integrantes do grupo. Então, tivemos que nos adaptar com o que tínhamos em casa. Acredito que, apesar das dificuldades em relação aos materiais, pudemos tirar proveito do projeto e assimilar o conteúdo visto em sala de aula. Aproveito também para agradecer o Rodrigo, integrante do nosso grupo que foi estudar no exterior no 2º semestre, mas que, mesmo assim, foi fundamental para o sucesso do projeto.”.
Ela finaliza: “Em relação aos resultados, fiquei extremamente contente, já que eles refletem toda a nossa dedicação. Principalmente nesse ano atípico, fico muito satisfeita por termos conseguido concluir o projeto, mesmo com todos os obstáculos. Além disso, aprendi a ser mais resiliente e passei a valorizar a importância de um grupo empático e responsável. Quando a Carolina nos avisou que havíamos sido selecionados, fiquei imensamente grata, feliz e orgulhosa do grupo. Agradeço ao Band por sempre se dedicar a oferecer o melhor aos alunos, à Carolina, por sempre estar disposta a nos ajudar, e à Gabriela e ao Rodrigo, por serem tão persistentes e esforçados durante todo o projeto.”.
Já Gabriela Rodrigues afirma: “Foram descobertas novas variáveis ao longo dos experimentos e, em alguns casos, os resultados que esperávamos acabaram não se concretizando, o que pareceu decepcionante inicialmente, mas, após conversar com nossa orientadora, a Carol, e refletirmos um pouco, descobrimos que mesmo essas adversidades e resultados inesperados são muito importantes em qualquer trabalho científico. Eu tive a oportunidade de aprender na prática que mesmo uma hipótese inicial que não se prova verdadeira ou a descoberta de novas variáveis são resultados válidos, tão importantes quanto a comprovação de uma suposição inicial. Afinal, a ciência é sobre experimentação, o que inclui acertos e erros. O que também tornou os resultados satisfatórios foi esse amadurecimento científico que certamente todos do meu grupo enfrentaram.”.