No ano de 2020, as aulas de Teatro do Band, ministradas pelas professoras Joana Doria, Isabela Mariotto e pela diretora do Célia Helena Centro de Artes e Educação, Lígia Cortez, foram diferentes do usual devido à adaptação ao ensino remoto. O curso, que funciona em parceria com o Célia Helena, se encerrou com a peça “Dúvida Razoável”, em 19 e 20 de dezembro do ano passado.
“O Célia Helena se preparou com muita rapidez para desenvolver um trabalho criativo em que a potência artística dos alunos continuasse preservada e fosse acentuada nesse momento de isolamento social.”, explica Lígia. Ela destaca, ainda, que o envolvimento e dedicação dos alunos foram de extrema importância: “Com todas as dificuldades, a turma conciliou muito bem seus compromissos curriculares com os desafios criativos propostos.”.
A peça “Dúvida Razoável”, baseada na obra “12 Homens e Uma Sentença”, foi fruto de uma escolha do grupo. “Foi um processo muito interessante, em que os alunos, além de lerem o livro e assistirem ao filme, se colocaram no lugar dos personagens, argumentaram e pensaram nas questões mais profundas, como a importância de mudar de opinião e ter senso crítico, aspectos importantes de se pensar diante do mundo em que vivemos agora.”, comenta Lígia.
A diretora ainda enfatiza que a reflexão dos alunos a respeito da sociedade, dos comportamentos e das ações é, mais do que nunca, essencial. “Eles estão formando um raciocínio sobre o mundo, uma ideia crítica sobre aquilo que os cerca. Em um momento em que há informações espalhadas por todos os lugares, parar para analisá-las e formar uma opinião a respeito é fundamental. Os alunos tiveram um trabalho de criação mais profundo do que poderíamos imaginar”, conta a diretora.
Os resultados vistos na apresentação da peça foram acima de toda expectativa. Lígia afirma: “Os alunos tiveram uma autonomia muito grande para gravar suas próprias cenas. Nós também contamos com a ajuda do coletivo de cinema da USP ‘Cães Errantes’, que permitiram que tivéssemos uma qualidade técnica visual de qualidade. O que percebemos é que o ensino remoto não é, de forma alguma, um impedimento para a criação, muito pelo contrário.”.
Um outro ponto positivo da apresentação virtual da peça é que houve um público maior, com muitas pessoas que não poderiam atender ao evento presencial por diferentes motivos. “2020 trouxe uma nova forma de se criar. A potência criativa dos alunos ao longo do ano nos levou a definir que o curso foi, acima de tudo, um projeto artístico autoral deles e da equipe de professoras que ficará marcado na história como uma nova forma de fazer Teatro.”, conta Lígia.
Sobre as expectativas quanto ao curso neste ano, Lígia afirma: “Tivemos uma experiência bastante intensa em 2020 de adaptação. Iremos continuar conduzindo o curso de acordo com as necessidades impostas pelo ensino remoto, de modo que estamos preparados para fazer um trabalho produtivo, seja ele remoto ou presencial. As experiências que adquirimos utilizando as ferramentas digitais, bem como o desempenho dos alunos nas aulas virtuais, nos permitem concluir que o curso será um sucesso novamente. Estamos absolutamente abertos e equipados para esse ano e, acima de tudo, entusiasmados.”.
David Conti, aluno da 2.a série que participou do curso, comenta: “Com a transição para o formato digital, tivemos de implementar mais do que nunca nosso lado criativo. Realizamos várias dinâmicas que envolviam a montagem de cenários, figurinos, e tudo isso contribuiu para uma sensação de pertencimento: todos nós gostamos de arte, de atuar e de criar. Quanto à peça, foi muito enriquecedor conhecer essa nova modalidade on-line, foi como participar de um filme. As gravações demandaram muito esforço e dedicação, de modo que o apoio das professoras foi essencial. O resultado da peça foi fantástico e percebemos que estávamos muito mais unidos como grupo, em detrimento das barreiras do ambiente virtual.”.
Assista abaixo à peça: