No dia 07 de outubro, o Band voltou a receber seus alunos para aulas opcionais de reforço e revisão. O retorno envolveu um grande planejamento na parte de logística e operações, incluindo uma parceria com o Hospital Sírio-Libanês. Porém, foi essencial considerar os impactos sobre os aspectos emocionais relativos ao longo afastamento do ambiente escolar. Pensando nisso, as equipes de CPG e OE prepararam vivências de acolhimento para alunos e colaboradores.
Segundo Estela Zanini, Diretora de Convivência do Band, o retorno às aulas presenciais foi possível graças ao trabalho integrado de gestores e colaboradores, que possibilitou a implementação de diversas ações na escola. “A escola deveria estar preparada para receber pessoas diferentes daquelas que deixaram o Band em 17/03, afinal, depois de mais de seis meses de isolamento, como cada um estaria se sentindo em relação à volta às aulas? Quais emoções estariam envolvidas nesse retorno? Como cada um de nós teria vivenciado o período de isolamento?”, comenta.
Pensando nisso, Estela explica que as equipes de CPG e OE criaram a dinâmica “Linha do Tempo”, com o objetivo de possibilitar a colaboradores e alunos refletirem e dialogarem sobre o período de distanciamento, compartilharem emoções e experiências, acolhendo-se e sentindo-se acolhidos no retorno à escola. “A ideia foi promover um espaço de escuta e troca de experiências significativas que permitisse construir uma narrativa singular e, ao mesmo tempo, coletiva para cada turma, para o grupo de colaboradores”, explica.
A Orientadora Educacional do 9.o ano, Vanessa Passarelli, conta: “As atividades de acolhimento com alunos e colaboradores foram essenciais para que pudéssemos, como comunidade escolar, revisitar de forma compartilhada o período em que estivemos distantes uns dos outros e da rotina da escola, tal como a vivíamos cotidianamente”.
“Retornar à escola, ainda que de uma forma diferente, significou voltar a um espaço repleto de histórias, lembranças e vínculos. Foi a oportunidade de, afetivamente, darmos um lugar para o que vivemos nos últimos meses e, também, fortalecermos a confiança de que juntos atravessaremos essa próxima etapa, período que exigirá, ainda mais, que cuidemos uns dos outros e a certeza de que não estaremos sozinhos, somos Band”, comenta Vanessa.
Já a professora de CPG e STEAM, Rosiani Telles, conta que sentiu muito orgulho dos colegas que abraçaram e aceitaram fazer a vivência: “Aprendemos muito uns com os outros. A dinâmica possibilitou que afeto e acolhimento estivessem presentes nesse primeiro encontro entre alunos e professores.
Renata Lourenço, Orientadora Educacional dos terceiros anos, explica o funcionamento da dinâmica para os alunos. “Na primeira aula de todas as turmas, do 6.o ano do E.F. ao 3.o ano do E.M., aconteceu essa dinâmica de acolhimento e sensibilização com os alunos coordenada pelo professor da disciplina. “Nós partimos da data inicial de aulas neste ano, perguntando quais eram as expectativas àquela época, e conversamos sobre todas as situações que se passaram até agora, como as atividades acadêmicas on-line, o convívio familiar, a saúde mental, a distância dos amigos e a comunicação virtual. Por fim, falamos sobre as expectativas de retorno. Essa atividade nos permitiu começar as aulas presenciais de forma mais unida, verdadeira e humanizada, porque, com isso, nós não fingimos que simplesmente nada aconteceu”.
O aluno da 3.a série, Ricardo Amand, comenta que esse período originou mudanças na personalidade dos alunos e, por isso, foi muito importante a escola ter pensado em formas de melhor acolhê-los. “A quarentena gerou um amadurecimento muito grande nos alunos, já que possibilitou um processo de autoconhecimento, ensinando-nos a lidar melhor com nossas emoções. O espaço aberto nas primeiras aulas para comentar sobre os sentimentos, vivências e aprendizados dos alunos nesse período longe da escola foi muito bom, até para quebrar o clima de nervosismo diante do vestibular”.