Diego Zancaneli estudou no Band do 6.o ano à 3.a série, de 2011 a 2017. Durante esse período, ele participou de diversas atividades extracurriculares e estudou na turma de Exatas no Ensino Médio. “Eu estudei no Band na época em que o Colégio passava por transformações muito legais, implementando o STEAM e as eletivas, por exemplo. A escola estava muito aberta às ideias dos alunos, de forma que eu tive muito espaço para criar iniciativas”, afirma.
Ele comenta que fundou o ARPA, plataforma que oferece resumos na véspera das provas, junto com alguns amigos. Também auxiliou na criação do projeto Beinprosone (Being innovative and producing something new) e participou da coordenação. No Band, ele também fazia trabalho voluntário e inaugurou o trabalho Teen Teachers, dando aulas de inglês para os alunos do CP1 e CP2: “O Band estava planejando as eletivas e criamos um clube chamado Ágora, no qual chamávamos profissionais para palestrar sobre Economia e Política para os alunos. Essa iniciativa foi adaptada para a criação da atual eletiva de Economia, Política e Sociedade Global.”
Ao formar-se no Band, Diego iniciou a graduação na Faculdade de Direito da USP, enquanto aguardava o resultado das universidades às quais aplicou no exterior. Durante esse período no Brasil, ele participou da Empresa Júnior, experiência que alega ter sido muito especial, já que proporcionava um contato mais prático com o Direito.
Ao final do primeiro bimestre de 2018, saíram os resultados das faculdades que havia aplicado e ele optou por estudar em Stanford, iniciando em setembro de 2018: “Sempre foi meu sonho estudar no exterior, por isso não poderia ter sido diferente. A princípio meu plano era estudar Economia, porém eu sabia que Stanford era muito forte na área de Ciências da Computação, então participei de algumas aulas desse curso para ver o que achava”.
Ele comenta que, no início, foi um desafio, já que ele nunca havia programado antes. No entanto, com o passar das aulas, optou por escolher CS (computer science) como curso principal, embora seguisse assistindo algumas aulas de Economia e talvez até obtenha um certificado nessa área no final dos 4 anos.
Enquanto estudava em Stanford, ele se envolveu bastante com o movimento Brazil at Silicon Valley, que é organizado por estudantes e promove conferências com o objetivo de conectar melhor o Brasil e o Vale do Silício. Houve uma primeira edição em 2019 e a segunda foi este ano, adaptada ao formato on-line em virtude da pandemia, contando com palestrantes de peso como Luciano Hulk, Ashton Kutcher e Kai-Fu Lee. Neste período, Diego também ingressou na BRASA (associação dos brasileiros que estudam no exterior).
No verão passado, Diego voltou ao Brasil e iniciou um estágio na empresa Ambev, onde atuou no time de FP&A (Financial Planning and Analysis). Lá, ele passou dez semanas fazendo um projeto de otimização de previsão dos impostos indiretos e trabalhou junto a uma consultoria para automatizar todo processo.
No mês seguinte, ainda durante as férias, ele estagiou em uma startup chamada Shawee, que organiza hackatons. “Esse estágio foi bem legal, pois é uma forma mais profissional do Beinprosone, que eu organizava enquanto estava no Band.”.
Em março deste ano, Diego retornou ao Brasil com o fechamento dos campus devido à pandemia, e isso rendeu-lhe mais tempo livre: “Neste momento, eu fui convidado, para realizar uma pesquisa, por Julio Vasconcellos, da Atlântico, fundo de investimentos que patrocinou o estudo. Ele queria fazer um panorama geral da América Latina, visando incentivar investidores a colocarem mais dinheiro no Brasil, com uma perspectiva totalmente imparcial e pautada em dados, demonstrando que realmente há muito potencial de crescimento aqui”.
Ele conta que se envolveu na elaboração do projeto enquanto ainda estava em aula remotamente. “Eu trabalhei na pesquisa por cerca de um mês e meio. O objetivo principal do Júlio era fazer esse panorama geral em vários contextos, com dois públicos alvos, tanto moradores da América Latina quanto os investidores estrangeiros, que são o foco principal.”
Sobre o estudo em si, ele explica: “O começo do relatório apresenta alguns dados gerais mostrando a situação econômica da América Latina hoje em dia. Depois, buscamos seguir uma linha mostrando que toda evolução, em termos de inovação, acontece por meio de capital, talento e regulação, especificando o contexto de cada um desses três setores aqui. Também buscamos abordar três principais indústrias: fintech, healthtech e edtech, seguindo a linha de que a fintech foi a primeira indústria a ser disrruptada na América Latina, mas ainda há muito espaço para mudanças na parte de saúde e educação, e isso já começou”.
Durante a elaboração do estudo, foi conduzida uma pesquisa com quase 2000 estudantes do Brasil e do mundo, para avaliar qual porcentagem deles pretende trabalhar em setores diferentes, abrir uma startup, entre outros. “Chegamos em resultados bem legais. Também entrevistamos vários donos de family offices, chegando a números surpreendentes”. Para conferir o trabalho, clique aqui.
Quando ele finalizou seu tempo na Atlântico, iniciou um estágio na Velt Partners, um fundo de investimentos em ação com horizonte a longo prazo, e está lá como analista atualmente. Diego também optou por fazer um gap year da Faculdade, ou seja, retornará no próximo ano presencialmente em detrimento de realizar as aulas desse ano de forma remota.