Querido leitor,
Já faz um tempo desde a última vez que escrevi, mas estou de volta! Os laboratórios da Harvard Medical School começaram a retomar as atividades presencialmente no começo de junho, e desde 04 de junho tenho tido acesso ao meu prédio de pesquisa. Hoje já se passaram quase 100 dias desde que iniciou-se o lockdown em Boston, e no momento estamos em Fase 2 de reabertura do estado de Massachusetts (MA).
Tabela simplificada do plano de reabertura progressiva de MA divulgada em maio (https://www.boston.com/news/coronavirus/2020/05/18/massachusetts-coronavirus-reopening-plan)
O número de casos novos no estado tem diminuído, provavelmente por conta do isolamento social e da grande quantidade de testes disponíveis (10.484 testes/100 mil habitantes; fonte: https://coronavirus.jhu.edu/testing/states-comparison).
Gráficos mostrando o número de casos novos por dia. A curva representa a média de casos novos por dia. (https://www.nytimes.com/interactive/2020/us/coronavirus-us-cases.html)
A vida está voltando aos poucos, mas ainda é muito diferente do normal: não ver meus amigos e colegas é estranho; sair de casa e passar a maior parte do dia de máscara é estranho; não poder fazer planos porque não sabemos como estará o cenário daqui 1, 3 ou 6 meses é estranho. Tenho tentado aprender e me acostumar com o novo normal, e apesar dos pesares me sinto muito grato por estar vivendo esse momento de uma posição muito privilegiada.

O Museum of Fine Arts fechado por conta do lockdown.

A sala de almoço foi adaptada para manter o distanciamento social.

Nem todos os laboratórios retomaram as atividades até o momento.

Marcas no elevador encorajando o distanciamento social.

A Harvard Medical School vista da rua em que fica o meu laboratório.
Todo esse ano tem sido muito diferente do que eu imaginava, mas novamente sou muito grato por não ter tido que me preocupar em perder/procurar um emprego; saber que meus familiares e amigos estão bem; e por me sentir bem durante esse tempo. Há dias e dias, de altos e baixos, mas no geral me sinto bem comigo mesmo, e espero poder compartilhar mais experiências com vocês. Espero que também estejam bem.
Até a próxima,
Lucas.
Lucas Umesaki se formou no Colégio Bandeirantes em 2015, e desde 2017 é aluno da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Neste ano, terá o privilégio de vivenciar um dos principais centros de pesquisa do mundo em um programa de intercâmbio. Atualmente é Research Trainee no Brigham and Women’s Hospital, um dos hospitais filiados a Harvard Medical School.