No último DocB, o primeiro para as 2.as séries do Ensino Médio, foi exibido o filme “Exit through the gift shop”(Saída pela loja de presentes), lançado em 2010 e dirigido por Banksy, mais conhecido, até então, como artista de rua. Neste semestre, o DocB é direcionado para alunos e alunas da 2.a série, mas a proposta continua a mesma: exibir documentários a partir dos quais seja possível conversar sobre temas diversos que, inclusive, podem cair no vestibular. Além disso, é possível ampliar o repertório dos adolescentes e colocá-los em contato com obras que estimulem a sensibilidade, a reflexão e o pensamento crítico.
O documentário britânico conta a história de Thierry Guetta, um imigrante francês que mora em Los Angeles, e sua obsessão pela arte de rua. Toda trajetória de Guetta é mostrada no filme, desde o encontro casual com seu primo, Invader, até seu contato com uma série de artistas, como Shepard Fairey e Banksy.
Depois da exibição, ocorreu um debate com os estudantes presentes e os professores do Band, Pedro Leão e Julia Alquéres, sobre arte de rua, com o intuito de desenvolver uma discussão mais ampla sobre as relações entre arte, mercado e sociedade.
Os alunos da 2.a série do Ensino Médio, Mariah Cavalheiro e Mateus Gurza, se interessaram tanto pelo documentário quanto pela proposta de discussão da arte. Para eles, o filme em si abordou um tema que não costuma ter tanto espaço de debate. “A experiência mudou muito as minhas perspectivas em relação ao que é arte e até que ponto podemos nomeá-la assim. Já o debate posterior me ajudou a ver as perspectivas e opiniões dos outros também e ver como são diversificados os pontos de vista sobre as obras e a arte de rua.”, contou Mariah. Além disso, eles ainda puderam aprofundar seus conhecimentos na área do “grafitti” que, até hoje, é visto com certo preconceito.
“É sempre arriscado entrar em temas mais abstratos, como a arte. Mas, quando os alunos se sensibilizam, a conversa fica muito rica. Foi o que aconteceu no dia da exibição do documentário de Banksy: tocados pelo filme, especialmente pelo tom de humor e ironia, e pelas palavras de Pedro Leão, eles trouxeram pontos importantes para a discussão que, em muitos momentos, girou em torno da questão: qual é o valor de uma obra de arte hoje em dia?”, concluiu Julia.