Por Diana Kwon
Máquinas capazes de aprender como crianças trazem novas revelações sobre como a interação entre corpo e mente fomenta habilidades e conhecimento.
Em outubro de 2017 a empresa britânica DeepMind apresentou o Alpha Go Zero, a última versão de seu sistema de IA para jogar Go, esta máquina acumulou experiência autonomamente, jogando contra si mesma. Apesar do feito notável, o Alpha Go Zero só consegue aprender jogos com regras claras e precisou disputar milhões de partidas para adquirir suas habilidades sobre-humanas.
Em contraste, desde a primeira infância, nossas crianças se desenvolvem ao explorar o ambiente e exercitarem a fala e o corpo. Elas coletam dados por si mesmas, adaptam-se a novas situações e transferem aprendizados de uma área para outra.
Desde o começo do século 21, especialistas em robôs, neurocientistas e psicólogos têm explorado modos para construir máquinas que imitem tal desenvolvimento espontâneo. Estas colaborações estão resultando em androides que podem mover objetos, adquirem vocabulário básico e mostram traços de comportamento social. Ao mesmo tempo, estes sistemas de IA estão ajudando os psicólogos a entender como as crianças aprendem.
Em síntese
- As crianças aprendem autonomamente, através de experimentos com seu corpo e brincadeiras com objetos.
- Cientistas de robôs estão programando androides com algoritmos que lhes permitem aprender como crianças.
- Os estudos com estas máquinas estão transformando a robótica e proporcionando novos insights sobre o desenvolvimento infantil.
Fonte: KWON, Diana. Robôs que aprendem sozinhos. Scientifc American Brasil, São Paulo, ano 66, n.181, p. 68-73, mar. 2018.-