e é sozinho em meu quarto
sob o calor das cobertas
que no escuro da noite eles vêm
aqueles que atormentam o sono
e adiam a alvorada
mas nenhum se compara a ela
que no meu peito se pendura
e torna o essencial para a vida
em um incômodo fardo pulsante
e seu peso me força a reviver
as lembranças inexistentes
de um universo paralelo
onde o sono não tarda a vir
e com sua indiferença dilacera
todo meu raciocínio para que assim
possa reclamar posse sobre mim
e com corpo e mente tomados enfim
me resta a derrota, meu triste fim
fadado a mais uma noite
sonhando acordado
vivo este pesadelo
enquanto ela dorme tranquila
inconsciente da sua conquista,
sua vitória perdida
Fábio Pontes Araújo, ex-aluno, 2009