Editar um filme não é simplesmente concluir o trabalho, mas sim repensar e reescrever o roteiro, especialmente quando se trata de documentário. Muitas vezes há depoimentos e imagens que nos surpreendem, e que não foram pensadas antes. É na edição que elas devem ganhar espaço.
Em sala de aula, nas turmas de 1os anos, que estão produzindo documentários, refletimos sobre este assunto a partir da fala montadora brasileira Jordana Berg, para o Blog VideoGuru em janeiro de 2012:
“O incrível no documentário é o poder que o próprio material tem em falar pra você. É como se tivesse vontade própria. E em geral vale mais a pena tentar ouvir o que o material diz do que tentar impor algo externo ao que está lá. Mas é difícil pois são tantas vozes, tantas vontades, tanta subjetividade que o medo de errar é enorme.
Editar documentário é muito penoso. Mente quem diz o contrário. Especialmente quando estamos lidando com pessoas/personagens. Sempre esbarramos na ética, que não nos deixa ultrapassar certas fronteiras. E isso é tão inegociável que dificulta muitas coisas.”
Confira abaixo o trabalho do documentarista brasileiro Eduardo Coutinho, “Últimas conversas” (2015), que foi editado por Jordana e aborda a visão e realidade do universo dos jovens estudantes de escolas públicas no Rio de Janeiro.
https://youtu.be/HVa76ZjtyEw