Quase 130 trabalhadoras morreram em um incêndio reivindicando direitos trabalhistas em março de 1911. A origem desse dia, no entanto, é reflexo de marços passados. Os anos de 1857, 1908 e 1909 contaram com notáveis manifestações pelos direitos das mulheres. Frente a isso, o Coletivo Tuíra, formado por alunas do Band, organizou intervenções no dia 8 de março.
Antes de começarem as aulas, integrantes do coletivo espalharam fotos de funcionárias do Colégio respondendo a pergunta “O que é ser mulher para você? ”, como forma de dar visibilidade a todas da comunidade Bandeirantes.
Alunas do Ensino Médio se reuniram em frente ao Band carregando cartazes com dizeres empoderadores do projeto Flores nas Ruas, passaram batom vermelho, cantaram hinos feministas e disseram pequenos textos sobre o real significado do Dia Internacional da Mulher.
A professora de Português e colaboradora do coletivo, Cátia Pereira, acredita que “Toda forma de luta feminista é válida: visibilidade às mais diferentes mulheres, cantos de união e motivação, frases de incentivo à causa, troca de cartas, encontro para partilha de experiências e reflexão sobre a condição e as conquistas das mulheres. Tudo isso as alunas do Coletivo Tuíra organizaram para o Dia das Mulheres, apenas o começo, sabemos, de um longo e diário caminho de construção de respeito à mulher e desconstrução de paradigmas, conscientemente ou não, depreciativos. Mas seguimos fortes. E juntas. ”.
No período da tarde, o coletivo reiniciou suas atividades com uma reunião para debater mais profundamente a respeito do Dia Internacional da Mulher, discutir diretrizes para esse ano e dar as boas vindas às novas integrantes do grupo.
“Foi maravilhoso e gratificante para mim participar das atividades planejadas pelo coletivo para o Dia da Mulher. Dia 8 é uma data que deve ser dedicada à luta das mulheres e à abordagem de nossas pautas. Foi pensando no significado dessa data tão importante que planejamos atividades durante o dia inteiro e que alcançassem diferentes mulheres do Colégio. Nós visávamos dar visibilidade para mulheres que encontramos diariamente e conhecê-las um pouco melhor, o que, infelizmente, na correria do dia-a-dia muitas de nós ainda não tínhamos tido a oportunidade. Foi trabalhoso planejar as reuniões e fazer a intervenção, porém, assim que vi todas as alunas que se juntaram a nós e comentaram que se sentiram acolhidas e gostaram do nosso espaço, tudo se tornou extremamente gratificante e me motivou a continuar frequentando as reuniões e pensando em novos projetos.”, explicou a integrante Stéphanie Ribeiro.
Por fim, a aluna e integrante do coletivo, Letícia Zuffo, convidou todas as interessadas a participarem do coletivo. “O Coletivo Tuíra está de braços abertos para todas! O nosso intuito é justamente recebê-las para as reuniões, possibilitando trocas de ideias e experiências. Mesmo sem nem saber o que significa feminismo, não tem problema! Pretendemos fazer um espaço para que as meninas se sintam mais confortáveis e consigam ver o feminismo de uma forma diferente, por meio de palestras e conversas para aprendermos cada vez mais sobre esse assunto. ”.