Gostaria de escrever sobre você com linguagem mais parnasiana que a do próprio Olavo Bilac;
usar de vocábulos e conjugações dignos de deixar poetas árcades de queixo caído; palavras tão rebuscada quanto as utilizadas por trovadores, que já cantigavam coisas dificílimas muito antes mesmo de sermos forçados a substituir Tupã por Jesus Cristo.
Fazer comparações inimagináveis do seu olhar com os elementos do universo, e estas se encaixam perfeitamente das formas mais lindas, fazendo derreter o coração de qualquer leitor, e desejar que por ele, alguém também escreva tais sentimentalidades sobre a maneira com que movem seus olhos.
Mas sou apenas poetisa de classe media alta que nunca passou nenhum sufoco na vida, que nunca se deslumbrou com palavreado complicado, nem nunca soube se expressar por meio de escrita de enfeitamento, muito menos trocar você pela vossa senhoria.
Isabela Avelar, 3H2