Me perguntaram que tipo de mulher eu sou. Sou, às vezes, muitas em apenas uma. Outras vezes, sou um quarto. Um terço. Metade. Às vezes, sou ninguém. Sou zero. Às vezes, sou constante. E, às vezes, sou uma surpresa. Sanidade e, às vezes, loucura. Às vezes, sou inquilina e, outras, hospedeira. Às vezes, sou ele, toda ele. Outras, sou qualquer uma que passar na rua. Às vezes, sussurro e, às vezes, escandalizo. Eu sou as vezes. Cada vez, uma a uma. Às vezes sou eu. Quantas vezes eu quiser. Poder para ser às vezes. Mas só às vezes.
Beatriz Girardi Langella, ex-aluna 2015