Alguém gritou: “Lá vem o apagão!” A moça solteira (ona) ficou toda empolgada, ela pensou ter ouvido rapagão.
O seu Mané da quitanda encheu-se de esperança: para ele o que foi dito é que eles pagarão (muitos lhe devem fiado).
Os torcedores de um certo time entoaram aos gritos, porque o que ouviram foi: é campeão.
O policial que dormia, por um instante ficou atento; ele entendeu (escutou) “Pega ladrão” (depois virou para o outro lado e continuou a dormir).
O trabalhador suspirou aliviado, nos seus ouvidos o que chegou foi “feriadão” (foi a mensagem do seu subconsciente).
O velho político ficou constrangido, pois falava-se muito em CPI, e ele entendeu corrupção.
O mentiroso contava das suas, explicando sobre sua última visão: “Eu vi Adão” (personagem bíblico).
O desconfiado eleitor, ao ouvir o discurso do seu candidato, entendeu claramente (ou pensou ter entendido): “Nós desviamos (uma maneira sofisticada de dizer roubamos) e vocês (povo eleitor) pagarão”.
Nós, que convivemos muito tempo com PC (aquele), agora já temos o PCC que entendeu ter ouvido que ele merece liberdade de expressão (ou ex-presão).
De repente, o nosso país ficou com essa febre de aumentativo, como se tudo por aqui fosse grande, grandão, igual ao vexame da seleção, que trocou um Leão por Felipão.
Pior foi para os Estados Unidos que, por conta de sua conduta política de indiferença ao sofrimento alheio, ouviram várias explosões.
E lá se foram mais uma vez vários jovens saudáveis para morrer lutando contra uns pobres miseráveis no Afeganistão.
Como podemos mudar esse quadro que nos aperta o coração, será que só com os joelhos no chão, fazendo muita oração? Ou usando a grande arma que estará à nossa disposição, quando estivermos em frente às urnas, no dia da Eleição?
França, inspetor