Mulher. Palavra de 6 letras mas de tamanha significância, tamanha voluptuosidade. Mulher. Duas sílabas que são deliciosamente desmanchadas em meio a língua, deixando ao final um pedido de bis. Mulher. Uma incógnita ambulante. Uma felicidade sem jeito. Uma explosão de emoções.
Do que é feita a mulher? São apenas doçuras? São grandes rancores? São os pequenos prazeres? É a beleza enraizada independente dos padrões impostos?
O que é ser mulher? É menstruar durante grande parte da vida? Mas nem toda mulher menstrua. Nem toda mulher tem seio. Nem toda mulher tem útero. Nem toda mulher nasce ou morre mulher.
O que é, então, ser mulher? Para ser mulher, eu preciso pensar como uma? Preciso parecer uma? Preciso querer ser uma? Preciso agradar as outras mulheres ou os homens? Preciso me depilar, usar salto alto, vestido, sutiã? Preciso engravidar mesmo quando eu não quero? Preciso ter uma jornada dupla ou ser uma dona de casa? Preciso ser gostosa? Preciso ser desejada? Preciso gemer? Preciso… Preciso… Precisamente? O que é esse bicho esquisito que todo mundo chama de mulher?
São mais dúvidas do que respostas, talvez porque ser mulher signifique pensar, refletir, cantar, dançar, rir e o mais importante: existir. Eu ainda não sei o que me faz ser mulher, nem vou saber o que faz a outra ser mulher, mesmo que esse indivíduo não tenha sempre sido. E não me interessa o que faz a outra mulher. Eu me sinto mulher e é uma sensação maravilhosa, única e inesquecível.
E eu vou amar ser mulher, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando me julgarem, quando me humilharem, quando tentarem diminuir minha voz. Isso tudo porque eu não vou parar de me orgulhar. E aí, eles vão se perguntar o por quê e irei responder: “Porque sou mulher.”
Larissa Nitta, ex-aluna (2015)